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Terminus: Helloween – “7 Sinners”


Os pais do Heavy Metal Melódico, os alemães do Helloween não são apenas uma das mais idolatradas e conhecidas bandas do mundo, como são os fundadores de todo um estilo, mesclando o Heavy Metal rápido e pesado, com a jocosidade do Hard Rock, tudo isso no melhor clima possível, sabendo se atualizar e modernizar-se com o tempo.

Com uma discografia extensa e contando com a fundação da banda intacta (o trio Michael Weikath, Markus Grosskopf e o vocalista Andi Deris), ao longo destes quase 30 anos, chega a ser difícil de pensar o que eles poderiam mudar no seu som e não cair na desgraça de lançar apenas mais um álbum.

Novamente produzido pelo legendário Charlie Bauerfeind no Mi Sueño, na Espanha, “7 Sinners” chegou às lojas novamente em 31 de outubro via SPV/Steahammer, com composição de todos os membros (menos o baterista Dani Löble), o que traz a diversidade que dita o álbum.

E por mais estranho que possa parecer, um ritmo grooveado e pesado, beirando o New Metal iniciam “Where The Sinners Go”, uma música que se mostra altamente influenciada por esse estilo, com direito a vocais sussurrados e Deris arriscando uns berros, mas não chegando a empolgar exatamente, a exemplo do single “Are You Metal?” (cujo vídeo lembrou um pouco a série “Jogos Mortais”), que mantém a distorção acentuada, mas peca nas melodias pegajosas, tão características. O Helloween clássico mesmo só começa a dar as caras em “Who Is Mr Madman?”, a segunda parte de “Perfect Gentleman”, onde o peso e a melodia ficam bem equilibradas e o refrão é mais um daqueles ótimos a se cantar nos shows, mas cuja empolgação se perde um pouco com “Raise The Noise”, a música mais confusa do álbum, tanto no instrumental quanto nas vozes, um tanto quanto nervosas em não perder o tempo, tamanha a estranheza que ela passa. Mas para os saudosistas de plantão, “World Of Fantasy” traz mais do lado energético e feliz da banda, enquanto “Long Live The King” é mais veloz, chegando a lembrar uma mistura de (pasmem) Edguy e Gamma Ray do início dos anos 2000, principalmente devido aos timbres das guitarras.

E o clima segue todo festivo em “The Smile Of The Sun”, que apesar de soturna a primeiro instante, com uma letra quase triste, é uma bela música e um instante de calmaria nesse que possivelmente figura ao lado do “The Dark Ride” como álbum mais pesado dos alemães. E falando em peso, “You Stupid Mankind” é a séria candidata a clássica da banda, com um refrão honrado a ser cantado com fists-in-the-air, como a próxima “If A Mountain Could Talk”, cuja letra novamente é bem reflexiva, principalmente sobre a situação do mundo atual. “The Sage, The Fool, The Sinner”, por outro lado, conta uma história levemente interessante, onde o que mais chama a atenção é o clima anos 90 que a música tem, novamente despertando o saudosismo tanto nela quanto em “My Sacrifice”, que poderia ter estado no “The Dark Ride”. O disco termina com a dobradinha “Not Yet Today”/”Far In The Future” (sabe se lá porque não são uma música só), soturna, atmosférica, operística, mas com uma variação ótima, que joga o ouvinte no meio de uma saraivada de solos a lá anos 80, com guitarras dobradas e um pedal duplo de respeito, lembrando os momentos inspirados do famigerado álbum “Keeper of the Seven Keys – Legacy”.

Enfim, o Helloween é uma banda que não tem mais o que provar: continuam sendo o alicerce de uma vertente representada por eles e ainda tem a capacidade de remodelarem a sonoridade como quiserem. E pelo jeito, eles estão procurando um caminho cada vez mais pesado e distorcido, com letras mais sérias e conceituais, mas ainda mantendo o clima de sempre. Resta saber até onde isso levará…

01. Where The Sinners Go
02. Are You Metal?
03. Who Is Mr Madman?
04. Raise The Noise
05. World Of Fantasy
06. Long Live The King
07. The Smile Of The Sun
08. You Stupid Mankind
09. If A Mountain Could Talk
10. The Sage, The Fool, The Sinner
11. My Sacrifice
12. Not Yet Today
13. Far In The Future

Nota 8

7 Sinners Terminus: Helloween

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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