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Airbourne – “No Guts, No Glory”


Formado na Austrália por dois irmãos, com o intuito de tocar Rock’n’Roll na sua forma mais básic… peraí… não, essa não é a história do AC/DC! Estamos falando dos irmãos Joel e Ryan O’Keeffe, e da banda Airbourne. Surgido em 2003 em Warrnambool, com a entrada de David Roads e Justin Street, a banda ganhou destaque internacionalmente bem rápido, com o lançamento do EP “Ready To Rock”, conseguindo um contrato de 5 álbuns com a major Capitol Records, por onde foi lançado “Runnin’ Wild” (posteriormente via EMI), trazendo em sua sonoridade inacreditavelmente parecida com… adivinhe quem… Em todo caso, apesar da curta carreira, a banda já excursionou por diversos países, inclusive como abertura para Mötley Crüe, Motörhead e The Rolling Stones, além de ter a sua música veiculada nas MTV’s da vida, tocado em festivais e contando com uma música no Guitar Hero.

Em 2010, agora sob a tutela da grande Roadrunner Records, “No Guts, No Glory” foi lançado entre março e abril deste ano, produzido por Johnny K e gravado no Groovemaster Recordings, em Chicago. A banda parece ter dado um salto relativamente grande em relação ao debut, trazendo muito mais influências além do óbvio AC/DC, com passagens mais Hard Rock a lá KISS e outras mais sujas, com toques de Motörhead.

A abertura do álbum, com “Born To Kill” foi a primeira apresentada para o público, já em Outubro de 2009, na Nova Zelândia e já mostra o Airbourne em busca de um som relativamente “próprio”: mais pesada, rápida e uma levada diferente, ficando mais ou menos entre Angus Young e Lemmy. “No Way But The Hard Way”, o primeiro single, porém, é completamente AC/DC, e poderia ter saído muito bem do “Back In Black”, com um dos melhores refrões da banda, assim como “Blonde, Bad And Beautiful”, típico Rock malandrílson, que tanto falta hoje em dia e com certeza é um dos pontos altos nos shows da banda. “Raise The Flag” dá continuidade a nostalgia, com um clima muito oitentista nas costas e riffs, com o perdão da palavra, DELICIOSOS.

Em seguida, “Bottom Of The Well” tem um quê daquelas músicas mais arrastadas do AC/DC, enquanto “White Live Fever” poderia muito bem estar em um dos álbuns do KISS dos anos 70. “It Ain’t Over Till It’s Over” pode ser considerado um marco na carreira da banda, e com certeza um clássico em alguns anos: rápida, certeira, grudenta na medida certa, sendo um exemplo de Rock’n’Roll. A tríade seguinte “Stell Town”, Chewin’ The Fat” e “Get Busy Livin’” são mais músicas com aquela cara da banda dos irmãos Young, mas com uma certa dose de peso a mais, ao que me parece, e melodias vocais muito bem encaixadas. “Armed And Dangerous” (título clássico) e “Overdrive” mantém as mesmas características, laias, essa última poderia muito bem ser um cover de AC/DC, com todo o respeito, tamanha a semelhança em TUDO. Já “Back On The Bottle” tem uma levada mais sacana e até meio bluesy, um diferencial leve, mas presente.

A versão especial do álbum vem com uma porrada de bônus (que juntas não totalizam nem 15 minutos, mas são 5 músicas!), que simplesmente não entraram no álbum sem razão aparente, afinal de contas, são tão boas quanto as do tracklist normal. “Loaded Gun” é mais uma que lembra a turma de Paul Stanley, enquanto “My Dynamite Will Blow You Sky High (And Get Ya Moanin’ After Midnight)” (título genial!) e “Rattle Your Bones” tem um toque aqui e acolá das bandas de Glam Rock dos anos 80, assim como as descompromissadas “Kickin’ It Old Skool” e “Devil’s Child”, com um clima festeiro (que percorre o álbum inteiro, aliás).

Não é a toa que a banda foi classificada como Pub Rock, mais um rótulo imbecil e desprezível. Na minha opinião eles são Rock’n’Roll to the boné, sem tirar nem por. Me arrisco a dizer, inclusive, que eles são a maior banda de Rock’n’Roll surgida nos últimos anos: divertidos, diretos , aliado a performances ao vivo homéricas e criando a soundtrack perfeita para qualquer festa sem compromisso. Para quem ainda tem dúvidas, basta ver o vídeo do vocalista Joel O’Keeffe no Dynamo Festival desse ano, quando ele subiu na armação do palco e fez um solo lá em cima… porr*, nada mais Rock’n’Roll do que isso!

01. Born To Kill
02. No Way But The Hard Way
03. Blonde, Bad and Beautiful
04. Raise The Flag
05. Bottom Of The Well
06. White Line Fever
07. It Ain’t Over Till It’s Over
08. Steel Town
09. Chewin’ The Fat
10. Get Busy Livin’
11. Armed And Dangerous
12. Overdrive
13. Back On The Bottle
14. Loaded Gun
15. My Dynamite Will Blow You Sky High (And Get Ya Moanin’ After Midnight)
16. Rattle Your Bones
17. Kickin’ It Old Skool
18. Devil’s Child

Nota 9

Bons sonhos


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Airbourne – “No Guts, No Glory”

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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