Progcast - Sua Dose Semanal de Rock Progressivo

Samael – “Lux Mundi”


Os irmãos Xy e Vorph (nomes bem sinistros, heim?) vem comandando o Samael desde o começo da década de 90, e conseguiram colocar a banda como o maior expoente suíço da chamada 2ª leva de bandas de Black Metal (a mesma que Dimmu Borgir, Impaled Nazarene e essas mais conhecidinhas hoje). Tá certo que gradativamente a banda foi caminhando cada vez mais em direção ao industrial e à música eletrônica, mas ainda manteve a grande legião de fãs e ainda agregou muitos novos.

“Lux Mundi” é o 9º álbum da banda e foi lançado via Nuclear Blast no começo do mês de maio, mantendo o mesmo direcionamento dos últimos trabalhos, produzido pelo próprio Xy (esses nomes, haha).

“Luxferre”, tem um começo bem sinistrão Black Metal, cai no Industrial padrão e depois volta a flertar bem forte com o estilo Extremo (principalmente no refrão). Mas esse sentimento é aniquilado pela robótica “Let My People Be!”, o que pode acabar desanimando o ouvinte já no começo do álbum, já que as chances de ele ser resgatado com “Of War” não são lá muito grandes, mesmo a mescla entre efeitos eletrônicos e um sentimento épico funcionarem bem. Em seguida, “Antigod”, vinda do EP lançado ano passado é uma música bem interessante, mas que demora um pouco para embalar, enquanto “For A Thousand Years” poderia ser trilha sonora de qualquer filme de terror, com uma das melhores melodias do álbum, junto com “The Shadow Of The Sword” e o seu ritmo um pouco mais acelerado e uma letra bem significativa.

E depois dessa dobradinha, o disco parece embalar com “In The Deep” e a gótica “Mother Night”, músicas que com certeza podem adquirir uma potência extra ao vivo. “Pagan Trance” traz mais alguns resquícios de Black Metal, tanto pelo conceito da letra, como pelos ótimos vocais, enquanto “In Gold We Trust” parece uma mistura bizarra entre Rammstein, Nightwish e riffs Heavy Metal, novamente trazendo boas melodias. Porém, “Soul Invictus”, apesar de momentos até legais, é mais uma música devagar demais, e nesse ponto do disco, parece uma repetição de idéias incessante e você começa até a nem distinguir mais o que já ouviu, de forma que mesmo “The truth Is Marching On” trazendo vários elementos Black Metal, ela passa cansativa e até parece maior do que realmente é.

Quando o Samael começou a experimentar flertando o Black Metal com Industrial e efeitos eletrônicos, a idéia era ótima, e mesmo os seus trabalhos até “Above” (2009) tem momentos muito bons e relevantes, que até chegam a influenciar várias bandas novas por aí. Mas, com “Lux Mundi”, aparentemente a fórmula está esgotada, utilizada ao máximo, e mesmo a banda apresenta alguns sinais de cansaço. Permanecer fazendo o mesmo som por anos a fio é algo perigoso, principalmente hoje em dia, e o Samael parece estar caminhando para um rumo deveras duvidoso.

01. Luxferre
02. Let My People Be!
03. Of War
04. Antigod
05. For A Thousand Years
06. The Shadow Of The Sword
07. In The Deep
08. Mother Night
09. Pagan Trance
10. In Gold We Trust
11. Soul Invictus
12. The Truth Is Marching On

Nota 4

Lux Mundi Samael

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *