Progcast - Sua Dose Semanal de Rock Progressivo

A Saurceful Of Secrets I


Geralmente eu não coloco nenhuma introdução a estes posts sobre as capas. Mas convenhamos, esse merece.

Depois de tempos, finalmente começamos a criar coragem e vamos falar mais sobre o Pink Floyd!

1967 – The Piper At The Gates Of Dawn

Sim, a capa é horrível! Mas a história por trás dela é no mínimo inusitada. O fotógrafo contratado para tirar as fotos, Vic Singh simplesmente vestiu os caras da banda com as roupas mais coloridas e brilhantes que seus assistentes puderam encontrar (evidentemente, o Glam Rock ainda não existia naquela época – graças aos céus) e deu vários baseados para eles relaxarem (visível na aparência dos sujeitos). Quando achou que era o momento certo, Singh utilizou uma lente que dava esse efeito de prisma, dada a ele por ninguém menos do que George Harrison (sim, o Beatle!). Este disco pode ser considerado um dos alicerces do Prog Rock e um grande álbum psicodélico (afinal de contas, letras sobre espaço, gnomos e bicicletas não são exatamente uma maestria poética). Outros detalhes interessantes são que o desenho desconexo no verso foi feito pelo próprio Syd Barret, responsável também pelo título do disco, tirado do livro “O Vento Nos Salgueiros”, Kenneth Grahane.

 

1968 – A Saucerful Of Secrets

O segundo disco da banda pode ser considerado um marco por vários motivos, mas focando a arte, podemos destacar que é o primeiro feito pela lendária Hipgnosis, tendo sido a segunda vez na história que a EMI autorizou uma banda de seu cast a procurar por um artista externo. Antes deles só os Beatles. Vendo a figura muito atentamente, hoje em dia ela não impressiona muito, afinal de contas, qualquer designerzinho pé-de-chinelo com as suas vídeo aulas de Photoshop básica poderiam fazer igual. Porém, isso em 2011, em 1968, não existiam essas ferramentas, e o que não era desenhado ou fotografado era montado e recortado. Ou seja, podemos dizer que a capa de “A Saucerful Of Secrets” é muito boa, mantendo todo o clima espacial, viajante e psicodélico que era a proposta do Floyd nessa época. Não sei se foi dado o devido crédito no disco, mas algumas imagens ali (os planetas e a figura no lado direito) foram extraídas de uma revista da Marvel.

 

1969 – Soundtrack From The Film More

Apesar de bem legal, não há muito o que se comentar sobre esse disco. É a primeira trilha sonora feita pela banda e o primeiro sem participação de Syd Barret, composto para um filme de Barbet Schroeder. A capa nada mais é do que um contraste agressivo de uma foto (seria alguma passagem do filme?) onde um ser está destruindo um moinho enquanto o outro corre para impedi-lo… ou não.

 

1969 – Ummagumma

O duplo “Ummagumma” é considerado até hoje um dos trabalhos mais inusitados da música: a idéia de lançar algo deste tamanho, com um disco ao vivo e outro só de inéditas não era e nunca foi tão comum entre as bandas e tampouco entre as gravadoras (apesar de ultimamente muitas estarem fazendo isso na tentativa de resgatar os compradores de CDs). Apesar de tudo, o grande personagem desta obra (além da música, óbvio) é a sua icônica capa, com esse efeito droste em loop eterno com os membros da banda trocando suas posições (cliquem nas imagens para ampliar). Na maioria das versões, a última variação mostra no quadro a capa do disco anterior, mas em algumas mais recentes (incluindo aí os CDs e seus encartes minúsculos), o loop continua eternamente (ou a distorção ficou tão extrema que sobrou apenas um borrão). Outro detalhe: aquele vinil ali do grupo Gigi foi intencionalmente “borrado” de algumas edições, devido a questões de copyright. O verso traz uma foto de dois roadies da banda montando os equipamentos em um formato meio bélico (segundo Nick Mason era alguma crítica armamentista, que na época deve ter feito o maior sentido).

 

Semana que vem retornamos.

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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