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Blood Red Throne – “Brutalitarian Regime”


Blood Red Throne, uma das primeiras bandas de Death Metal da Noruega (ainda que só tenha lançado o álbum depois dos anos 2000), foi um projeto idealizado por Dod e Tchort, dois caras da cena musical da época (Dod era do Scariot e o Tchort estava no Emperor e formando o Green Carnation).

Em 2011, depois de algumas trocas de formação e já com cinco álbuns no currículo, além das extensas turnês ao lado de nome mais conhecidos da música extrema mundial, o Blood Red Throne chega a “Brutalitarian Regime”, o primeiro sem o mentor fundador Tchort, trazendo junto uma mega reformulação inclusive no visual dos trabalhos (o novo logo, inclusive, ficou muito bom).

A faixa título já abre o disco com riffs impecáveis e o vocal tipicamente norueguês quando se trata de Death Metal, com uma produção límpida e extremamente equilibrada. É gratificante aliás, que muitas bandas extremas tem preferido tomar cuidado especial à produção do trabalho, deixando de lado a tosqueira (que na minha humilde opinião NÃO fica bom com Death Metal). Mas enfim, dá-lhe mais pescoços deslocados com a quase cadenciada “Graveworld”, nos moldes clássicos e sem apelar para a brutalidade sem sentido (como muitas bandas TAMBÉM continuam insistindo em fazer). “Trapped, Terrified, Dead”, por outro lado, soa como uma versão Black Metal do Malevolent Creation nos seus melhores momentos, assim como “Eternal Decay”, aonde as diversas mudanças de andamento roubam a cena e facilmente destacam a música no disco.

E se você continua meio perdido no meio desse despejo de riffs em ritmo apocalíptico, “Games Of Humiliation” pode piorar ainda mais a situação: uma das faixas mais diretas, daquelas impossível de parar (sim, você ainda vai se impressionar com a qualidade dos riffs). O ritmo continua lá em cima com a “The Burning”, quase um Thrash Metal, daqueles bem caóticos, e “Proliferated Unto Hemophobia” (esses títulos são demais), novamente apostando em partes mais cadenciadas e solos espetaculares de guitarra. E por falar em coisas espetaculares, o que é essa introdução de “Melena” se não algo extremamente propício a abrir um wall of death? Atenção também para os vocais de Vald nessa faixa, muito mais guturais, ao invés do rasgado/aguado predominante no resto do álbum. Ainda nos moldes tipicamente europeus, “Parnassian Cacoepy”, é basicamente o épico do disco, em cinco minutos incessantes, que encerrariam o trabalho com chave de ouro. Mas o disco só vai fechar mesmo com “Twisted Truth”, cover de um clássico dos holandeses do Pestilence (do álbum “Testimony Of The Ancients”), muito bem encaixada no tracklist.

O Blood Red Throne está longe de ser a banda mais brutal, a mais pesada, a mais rápida, a mais genial ou a mais criativa do Death Metal. Evidentemente isso não quer dizer nada, pois é um trabalho extremamente bem composto, produzido e executado, além de contar com integrantes importantes da cena norueguesa de música extrema. É bom notar também que a saída de Tchort, um dos masterminds do projeto, não afetou em nada a consistência das novas composições. Inclusive, como vocês puderam notar, os riffs continuam brutalmente incríveis. Apenas indicado para fãs de música extrema? Sim, com certeza. Mas isso não impede de abrir uma boa lata de qualquer coisa e deslocar algumas vértebras.

01. Brutalitarian Regime
02. Graveworld
03. Trapped, Terrified, Dead
04. Eternal Decay
05. Games Of Humiliation
06. The Burning
07. Proliferated Unto Hemophobia
08. Melena
09. Parnassian Cacoepy
10. Twisted Truth (Pestilence Cover)

Lineup:

Vald – Vocal
Død – Guitarra
Ivan Gujic – Guitarra
Erland Caspersen – Baixo
Emil Wiksten – Bateria

Nota 8

Brutalitarian Regime Blood Red Throne

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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