Progcast - Sua Dose Semanal de Rock Progressivo

Xandria – “Neverworld’s End”


Formado na Alemanha em 1997 por marco Heubaum, o Xandria entrou no embalo das bandas frontwomaned que praticamente tiveram um boom no final da década de 90, naquele estilo Symphonic Gothic Metal bem com cara de finlandês.

Com reconhecimento considerável na Europa, a banda já teve diversas mudanças de formação ao longo dos quatro álbuns de estúdio, sendo que em “Neverworld’s End” ocorreu a mais considerável: a vocalista de longa data Lisa Middelhauve deixou o posto e foi substituída por Manuela Kraller, que já havia contribuído com o Haggard.

Cheio de arranjos sinfônicos, “A Prophecy Of Worlds To Fall” abre o disco de forma épica com seus sete minutos bem interessantes. Mas a sensação incômoda de estar ouvindo alguma faixa perdida dos últimos álbuns do Nightwish com Tarja Turunen nos vocais vai crescendo ao longo da música. Não existe nenhum problema em ser influenciado, mas a questão é que a própria estrutura da música quanto as melodias são MUITO parecidas na maior parte do tempo, sendo que é evidente que a banda consegue produzir algo diferenciado, como mostrado nas partes mais pesadas e rápidas da própria faixa de abertura. “Valentine” vem em seguida com grandes mudanças de andamento e deixa claro sobre como o estilo vocal da nova vocalista Manuela Kraller é parecido com o de Tarja, assim como na mezzo-balada “Forevermore”, que ficaria ainda mais bonita se a voz não tivesse esse aspecto operístico um tanto quanto forçado (em determinado trecho, ela canta com a sua voz natural, que por si só é incrível!). Com boas doses de peso e grandes arranjos orquestrais, “Euphoria” segue uma linha mais clássica de Power Metal, com direito a um breakthrough bem legal, enquanto “Blood On My Hands” volta ao estilo mais Gothic finlandês. “Soulcrusher”, por outro lado, retoma os riffs da escola germânica de Metal em um momento bem soturno e diferente do disco, seguido pela belíssima e nostálgica balada “The Dream Is Still Alive”.

Apesar da introdução muito parecida com outras três músicas do álbum (refrão explosivo já no começo), “The Lost Elysion” também aparece mais direta e com base nas estruturas do Power Metal enquanto “Call Of The Wind” pega alguns elementos de Folk e inserem de forma bem interessante. Esses elementos aparecem novamente, ainda que mais sutis, na bonita “A Thousand Letters” e em “Cursed”, com a sua levada que caminha entre “balada-medieval” e arranjos Gothic Metal. O disco encerra com a épica “The Nomad’s Crown”, que reúne em seus nove minutos as várias facetas que o Xandria se propõe a explorar, tendo o Power sinfônico como base para as várias outras vertentes, com um resultado muito bom.

Os alemães tem uma capacidade incrível na hora de incluir os arranjos sinfônicos no seu Power Metal, e conseguem se sair muito bem principalmente nas partes que prezam pelo peso e pela velocidade (e aonde eles realmente encontram sua identidade própria). Porém, aparentemente ainda estão muito presos ao conceito do estilo do início dos anos 2000, quando as bandas capitaneadas por vocalistas mulheres atingiram seu ápice de popularidade, e exatamente quando eles tentam se soltar um pouco é que o álbum tem seus pontos altos.

01. A Prophecy Of Worlds To Fall
02. Valentine
03. Forevermore
04. Euphoria
05. Blood On My Hands
06. Soulcrusher
07. The Dream Is Still Alive
08. The Lost Elysion
09. Call Of The Wind
10. A Thousand Letters
11. Cursed
12. The Nomad’s Crown

Lineup:

Manuela Kraller – Vocal
Marco Heubaum – Guitarra / Teclado / Vocal
Philip Restermeier – Guitarra
Nils Middelhauve – Baixo
Gerit Lamm – Bateria

Músicos convidados:

Ben Mathot – Violino
McAlbi – Flauta
Johannes Schiefner – Uillean Pipes
Joost van der Broek – Teclados

Nota 7

Neverworld’s End Xandria

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *