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Terminus: Mercenary – “Metamorphosis”


Os dinamarqueses do Mercenary nunca atingiram o primeiro escalão do MeloDeath (onde se encontram Dark Tranquillity, In Flames, Arch Enemy, At The Gates, Soilwork), mas isso não quer dizer que seja por causa da falta de competência, qualidade ou singularidade na sua música.

Talvez o uso contínuo de Power e Thrash é que fez muitos dos fãs mais revestidos de couro e calças camufladas torcer o nariz da brutalidade, já que o Mercenary nunca deixou de arriscar em músicas mais melódicas, abusando de efeitos eletrônicos e vocais limpos.

Em 2009, porém, um choque para os fãs ao anunciarem que três dos membros estavam saindo da banda, por não compartilharem da mesma visão sobre quais rumos deveriam tomar. Pois bem, “Metamorphosis” deixa isso bem claro.

Já pela capa já podemos notar as mudanças: o logo antigo foi substituído por algo mais… er… “americano”, lembrando o de bandas de Deathcore ou algo do tipo. A arte minimalista também já traz sopros de que algo diferente está vindo, assim como o fato de o lançamento nos EUA ter sido muito mais bem elaborado, com bônus tracks e o caral** a 4.

A abertura com “Through The Eyes Of The Devil”, apesar de não assustar tanto (já que continua com os pés fincados no MeloDeath), pode incomodar uns fãs mais puristas e exaltados. Por outro lado, a boa surpresa é o vocal de René Pederson, que assumiu o posto de vocalista principal com maestria. Agora, é em “The Follower” que a “metamorfose” acontece realmente: uma música LOTADA de efeitos eletrônicos e vocais tipicamente Metalcore e arranjos bem “americanizados”, assim como “In A River Of Madness”, que tem um que de bandas como All That Remains e Killswitch Engage, com um refrão que insiste em ficar por dias na cabeça. “Memoria”, por sua vez, lembra um Metalcore mais soft, a lá Bullet For My Valentine, onde os vocais melódicos predominam, e “Velvet Lies” é algo mais próximo do Alternativo em si do que de qualquer Metal, uma espécie de balada.

“In Bloodred Shades”, porém, pode abrir um sorrisão na cara de quem esperava um toque, ainda que sutil, do Mercenary anterior a esse, com vocais ríspidos e um equilíbrio entre o peso e os efeitos… até chegar o refrão… que apesar de cumprir o seu papel, é incomodamente adolescente. O álbum continua com “Shades of Grey”, que lembra um pouco os suecos do PAIN, ou talvez essa seja uma desculpa criada para gostar de uma música que poderia muito bem ter sido feita por jovens americanos. “On The Edge Of Sanity” novamente traz sopros de MeloDeath e até um quê de Hardcore, a exemplo do The Haunted, e seria a pedrada mais na cara do disco, se não fosse o refrão, que torna a música dos caras previsível já a essa altura do campeonato. A versão regular do disco, vendida para nós que não somos semi-deuses americanos, encerra com “The Black Brigade”, uma música bem agradável que lembrou a trilha sonora dos jogos do Megaman X para SNes (vejam bem, isso é um elogio), e acaba misturando um tema futurístico com Metalcore, Hard Rock e MeloDeath, lembrando um pouco o Sonic Syndicate atual.

Assim, se você não é uma pessoa ogra, purista e que só consegue ouvir coisas absurdamente pesadas e feita em uma cidade longínqua e fria do norte da Noruega, tanto “Metamorphosis” quanto o novo Mercenary são uma boa pedida (e um dos melhores lançamentos de 2011 até agora), pois apesar de investir muito em um estilo extremamente saturado que é o Metalcore, a experiência de trabalhos passados e a capacidade de criar músicas de qualidade fazem deles um grupo singular, que, mesmo investindo pesado para ganhar o público norte-americano, merece o mesmo respeito de outrora.

01. Through The Eyes Of The Devil
02. The Follower
03. In A River Of Madness
04. Memoria
05. Velvet Lies
06. In Bloodred Shades
07. Shades Of Grey
08. On The Edge Of Sanity
09. The Black Brigade

Nota 9


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Terminus: Mercenary – “Metamorphosis”

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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