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Symphony X – “Iconoclast”


O Symphony X possivemente é o maior nome do Prog Metal americano, logo depois daqueles carinhas do teatro. A mistura entre Heavy Metal e música clássica sempre foi o direcionamento principal deles, principalmente graças ao guitarrista Michael Romeo e o tecladista Michael Pinnella, dois  dos mais virtuosos instrumentistas no cenário atual. Aliado a isso, a voz de Russel Allen também já é uma característica única da banda e grande responsável pelo crescimento da banda como um todo.

Depois de lançar verdadeiros clássicos do estilo como “The Divine Wings Of Tragedy” e “The Odyssey”, a banda realmente atingiu o seu ápice criativo com “Paradise Lost”, um frisson na época do seu lançamento, considerado por muitos como uma obra-prima do Heavy Metal. Sendo assim, o que poderíamos esperar de “Iconoclast”, o oitavo álbum da banda?

A faixa título “Iconoclast” abre o disco com seus épicos dez minutos de duração, mostrando de cara que o Symphony X não tentou arriscar nada de muito diferente: os riffs e o timbre inconfundível das guitarras de Michael Romeo continuam a frente e guiando a música (a exemplo do último álbum, “Paradise Lost”). A diferença mais relevante está no tema lírico do disco, mais tecnológico, digamos assim, deixando os anjos e demônios de lado para falar de máquinas versos humanos (talvez não tenha mudado tanto assim). Interessante notar também, que apesar de as mudanças de andamento serem bem sutis, o nível da música fica sempre no topo, e apesar de longa, passa rapidamente. O único ponto negativo é o refrão: uma música de abertura, épica, precisa ter um refrão igualmente épico, para o ouvinte já começar com os fists-in-the-air. Infelizmente isso não acontece aqui. A segunda música, “The End Of Innocence” foi uma das primeiras liberadas pela banda e tem um ritmo um pouco mais lento que a abertura, uma música um pouco mais reta e direta, na realidade uma típica 2ª faixa de um disco do Symphony X, e a mesma tendência continua em “Dehumanized”, onde o principal destaque é Russel Allen, com seus vocais que beiram o gutural em algumas partes e as melodias que ele cria em meio aos riffs de tempo esquisitíssimo. O ritmo do disco mesmo só começa a aumentar agora, a partir de “Bastards Of The Machine”, com seus riffs quase FearFactorianos, secos e cadenciados. Mas uma dúvida fica no ar: onde estão os refrões épicos e gloriosos que sempre ouvimos no Symphony X? Se não fosse pelo fato de o nome da música ser cantada ali, nem teria como identificar que ele existe. É empolgante como foi feito aqui, mas nem tanto.

“Heretic”, em seguida, traz uma levada bem Thrashy nos riffs, Russel Allen abusando mais ainda dos graves da sua voz, mas é uma música legal, e apenas isso, assim como “Children Of A Faceless God”, uma música mais melódica, com algumas mudanças de andamento, mas que aparentam faltar algo, um elemento que equipare ao nível dos trabalhos anteriores. A ótima balada “When All Is Lost” é basicamente uma “The Sacrifice Part II”, uma continuação mesmo, pois vai de onde a música do álbum passado terminou e continua desenvolvendo. Ganha um peso e consegue trazer a melhor performance vocal do disco até agora. Bem inesperado, uma parte instrumental meio vintage na metade da música por incrível que pareça encaixou muito bem, mesmo a proposta do disco ser moderna.

O segundo disco começa com “Electric Messiah”, a melhor quantidade de riffs despejadas por Romeo no álbum, uma música simples e direta também que novamente não chega a empolgar o ouvinte por completo, o mesmo acontecendo com “Prometheus (I Am Alive)”, que tinha de tudo para ser um grande destaque, mas algumas partes dela são completamente indiferentes e não acabam passando nada muito interessante. “Light Up The Night”, em seguida é a mais rápida do disco e uma das mais empolgantes também, lembrando muito as faixas de abertura dos discos anteriores deles, enquanto “The Lords Of Chaos” é quase um Post-Thrash Metal (evidentemente no estilo SX) que cai novamente no marasmo de ter um verso parecidíssimo com os outros e um refrão mais lento e sem empolgação. O disco fecha com “Reign In Madness”, com o seu começo “Stratovarius/Thrash” (nessa ordem), mas que cai no MESMO erro de todo o disco, uma pena. Com exceção da virada que a música dá na sua metade, o resto é mais do mesmo.

Particularmente (e aqui estou dando a minha opinião pessoal mesmo), talvez eu estivesse esperando demais desse disco. Mas não é por menos, o Symphony X sempre figurou como uma das minhas bandas favoritas, acho a discografia deles excelente e, como agravante, “Paradise Lost”, querendo ou não, é o ápice da banda. Mas então, “Iconoclast” tenta ser uma continuação quase óbvia do disco anterior, mas parece ser um disco inacabado, que teve de ser lançado muito antes de todas as idéias terem sido desenvolvidas e testadas. As músicas parecem muito exageradas, forçadas, maiores do que deveriam ser, mas, principalmente, o vocal é o grande responsável pelo resultado. Acho até ruim falar isso, pois considerado Russel Allen um dos melhores (se não o melhor) vocalista do Heavy Metal pós metade da década de 90, mas o que faltou no novo álbum do Symphony X foi um cuidado melhor nas linhas vocais: tudo soa muito parecido, não há um crescendo entre uma passagem e outra, e o principal, aonde estão os refrões marcantes do disco que insistem em ficar horas na sua mente, a exemplo dos outros trabalhos? Terá o trabalho de Allen ter sido prejudicado pelas participações no Avantasia, Star One e Adrenaline Mob? Acho que não, mas não sabemos o que houve com certeza.

Além dos vocais, a proposta do disco não parece ter ficado clara: as músicas não estão tão pesadas quanto em “Paradise Lost”, mas estão mais agressivas e mecânicas do que nos álbuns antigos. Possivelmente tenha sido intencional tentar esse método, mas a execução, convenhamos, não foi exatamente o esperado.

Dessa vez ficou faltando alguma coisa… infelizmente…

(Odeio admitir, mas o novo do Dream Theater é MUITO superior a “Iconoclast”. Pronto, me matem)

Iconoclast Symphony X

12

Tracklist

Disco 1

01. Iconoclast
02. The End Of Innocence
03. Dehumanized
04. Bastards Of the Machine
05. Heretic
06. Children Of A Faceless God
07. When All Is Lost

Disco 2

01. Electric Messiah
02. Prometheus (I Am Alive)
03. Light Up The Night
04. The Lords Of Chaos
05. Reign In Madness

Lineup

Russell Allen - Vocals
Jason Rullo - Drums
Michael LePond - Bass
Michael Pinnella - Keyboards
Michael Romeo - Guitars
Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

2 respostas para “Symphony X – “Iconoclast””

  1. Minea Nunes disse:

    Não vou matar, apesar de discordar no apontamento de qual é melhor (pessoalmente). DT pode ter toda uma empolgação, mas aquele vocal enjoa e rápido. Coisa que eu não sinto com o Allen cantando a pior música do disco. HAHAHAHAHA A vibe do SX sempre me atingiu bem mais e com o Iconoclast não foi diferente, mas senti falta de um refrão chicletinho também. :/

  2. max disse:

    hahaha na boa odeio o vocal do DT infelismente acho q e o unico defeito de uma banda q quase nao tem

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