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Starman: As capas do Rush II


1980 – Permanent Waves

O primeiro álbum dos canadenses a atingir o TOP5 do chart americanol, “Permanent Waves” marca pela migração da banda para um estilo um pouco mais acessível e radiofônico (da época), deixando aos poucos de lado o Hard Rock e o Prog dos anteriores. A capa de Hugh Syme tem como fundo a destruição deixada pelo furacão Carla no seawall (aqueles paredões na beira do mar) de Galveston (no Texas), e é envolta de pequenas censuras. Antes de mais nada, a modelo Paula Turnbull, que aparece na capa com partes anatômicas indiscretamente a mostra já pode impactar um pouco, mas o que realmente teve de ser mudado pelo artista foram coisas mais inúteis: o jornal voando traz a famosa manchete impressa errada no Chicago Tribune “Dewey Defeats Truman” (na realidade Truman foi o eleito), e por pressão por parte do próprio jornal, teve de ser alterada na capa do disco. Fora isso, as fábricas lá no fundo inicialmente teriam o logo da Coca, mas aparentemente a empresa não autorizou e foi substituído pelo nome dos integrantes da banda, com uma fonte parecida. Último detalhe é que o sujeito acenando lá no fundo, é o próprio Hugh Syme (talvez fosse algum sonho dele aparecer em uma capa…).

1981 – Moving Pictures

Ah, “Moving Pictures”… um dos maiores clássicos da história do Rock. A sua história começa pela própria arte, que é considerada um “triple entendre”, ou seja, três significados distintos para uma mesma frase. O primeiro significado é o mais óbvio, que aparece na capa: quadros sendo transportados (ou movidos) na frente do prédio Legislativo de Ontario. Detalhe que um dos quadros é o Starman, enquanto outro deles é o famoso “Dogs Playing Poker”. Ao lado, algumas pessoas choram pelo significado dos quadros que passam (ok, eu também não entendi direito o significado de “emotionally moving”) e, por fim, a terceira cena, mostra um grupo filmando, ou seja, “moving a Picture” de toda a cena.

1982 – Signals

Se alguém conseguir me explicar essa “obra” de Hugh Syme, eu agradeceria.

1984 – Grace Under Pressure

Mas pelo jeito, aqui ele acertou a mão, com uma das mais belas capas realmente pintadas. Apesar de não haver nenhum limite ou lógica ali sobre o que seria (uma montanha, um céu, um mar, nuvens, UM OLHO ali no meio?), há de se concordar que poucas coisas são tão Prog quanto ficar apenas contemplando as coisas seguirem o seu próprio curso, certo? Ok, talvez esse não seja o álbum mais Prog do Rush, mas a arte é belíssima, assim como é interessante o desenho de um ovo sendo apertado por um grampo C.

1985 – Power Windows

O álbum que marca o início dos usos quase excessivos de sintetizadores, “Power Windows” trata particularmente de temas ligados ao “poder”, o que fica estampado na capa, com o maluquinho que parece três televisões futuristas no quarto (que também são uma representação para as “Windows”), mas aponta o controle remoto para a janela. A grande verdade é que é meio complicado entender o que eles realmente quiseram dizer com essa aqui, mas pode estar ligado ao controle e a perceber o que é realmente importante… ou não.

1987 – Hold Your Fire

Aparentemente as três bolas no plano vermelho não significam muita coisa, certo? Mas ao verificar a outra imagem, algumas coisas parecem fazer sentido: o malabarista jogando esferas flamejantes mostra que talvez o sentido do título não seja o relacionado a atirar. Na mesma imagem, podemos ver ao fundo uma janela aberta e uma TV muito parecida com a da capa de “Power Windows”, e logo a frente um hidrante (“Signals”, ahn?), além do restaurante aparentemente chinês a direita, talvez uma referência a música “Tai Shan”, deste disco.

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

2 respostas para “Starman: As capas do Rush II”

  1. Minea Nunes disse:

    Eu comentei na parte I sobre as associações e agora, vendo a contracapa de Hold Your Fire, só confirmei isso, posso até viajar loucamente em cima do assunto, mas eu realmente gosto da parte semiótica da música. O vermelho utilizado artisticamente quer dizer algo vivo, pois remete ao sangue ou à guerras seja de que natureza for, também pelo sangue (que pode ser derramado em combate). Há que diga que é a cor das paixões, mas considero isso já incluso em "guerra".

    As três esferas flutuantes, acredito eu pelo tema das letras desse disco, tem tudo a ver com as esferas cabalísticas kether-chokmah-binah, na tríade suprema, na contracapa, elas aparecem flamejantes, tal o caminho descrito nessa mística. Essa contracapa tá cheia de outros sentidos, não vou me alongar muito, por isso comecei de trás pra frente.

    Power Windows – Não dizem ser os olhos as janelas da alma, o que mais suga nossa atenção é o visual acima de tudo e a TV influencia o nosso modo de pensar e agir através do bombardeio de informações (hoje junto com internet acessível e a informação móvel), na contracapa tem o binóculo que também remete a essa ampliação da visão da capa (a pessoa virada de costas para as TVs), embora limitada pela falta de visão lateral do aparelho, são as escolhas do que é importante realmente.

    O GUP tem uma capa muito bonita. *_* Mas eu viajei mais no ovo, já tentaram quebrar um ovo pelos pólos? É mais fácil quebrar a mão, coisa linda isso!

    Essa capa do Signals é muito… wtf, mas depois de olhar um tempinho eu pensei em como os cães demarcam território usando a urina e reconhecem isso pelo olfato. É uma mensagem química, não deixa de ser um "sinal", algo pelo qual se é reconhecido. Se o artista viaja demais, eu também. HAHAHAHAHAHA Mas não é por "acaso" que há uma música chamada Química no CD, né? ^^

    O Moving deveria ser um gif ou ter as edições lançadas com aquele efeito louco do Magic Tazo. UHAUIHSIUAHUHUAHIUIHUHUA A parte que você falou do emocional é porque "moving" também quer dizer comovente, sabe quando você vê uma imagem que lhe traz grandes lembranças e inspira desejos e emoções? Acho que é mais ou menos isso.

    Permanent Waves já foi bem esmiuçada aqui, não sei que graça o cara achou de sair na capa dançando YMCA, enfim, deve ser como você disse "um sonho" dele. HAHAHAHAHAHAHA

    Adorei compartilhar essas minhas viagens, eu sempre tinha preguiça de escrever isso.

  2. Renato disse:

    COMENTANDO DE FORMA A AJUDAR OS AMIGOS COM MAIS INFOMRAÇÕES, O SIGNIFICADO DE "POWER WINDOWS", JANELAS DO PODER, COINCIDE COM O LANÇAMENTO DO SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS EM 1985, SENDO UMA PREVISÃO CERTEIRA DE NEIL PEART SOBRE A ASCENÇÃO DA TI NA SEGUNDA METADE DA DÉCADA DE 80 E SUA CONSOLIDAÇÃO NA DÉCADA DE 90. TAMBÉM, PODEMOS JÁ VER OS PRENÚNCIOS DA GLOBAILZAÇÃO NA LETRA "TERRITORIES". VALE A PENA CONFERIR.

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