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Rage – “21”


O que falar do Rage? O trio mais técnico do Power Metal alemão, já na ativa desde o início dos anos 80 e que contou com alguns dos mais importantes músicos do estilo em seu lineup, chega ao vigésimo-primeiro trabalho e sem precisar provar mais nada para ninguém, Peavy Wagner e Victor Smolski voltam com um disco nos moldes mais clássicos apenas dois anos depois do muito bom “Strings To A Web”.

“House Wins” introduz o álbum com alguns arranjos orquestrais (sempre incríveis e como aditivos importantíssimos para o som deles) que servem de base para o começo de “Twenty One”, uma pedrada que soa como o bom e velho Rage de sempre: técnico, com passagens groovy, outras mais Power Metal e as sempre singulares e pegajosas linhas vocais de Mr Peavy. Por falar em técnica, a entrada de Victor Smolski foi um verdadeiro catalisador na carreira do grupo, e provando mais uma vez porque é um dos músicos mais completos do estilo atualmente, “Forever Dead” traz um despejo de riffs e melodias espetaculares, remetendo em muito aos grandes anos 90 e o ápice criativo do estilo, enquanto “Feel My Pain”, de estruturas mais simples traz mais um pouco daquele flerte que a banda sempre teve com o Hard n’ Heavy. Em seguida, “Serial Killer”, uma grata surpresa e um bom ponto fora da curva: pesadíssima, com uma letra bem carregada e Peavy arriscando inclusive uns guturais que encaixaram muito bem na proposta da música, sendo com certeza uma a ser considerada para os shows, assim como “Psycho Terror” e os riffs que, bem, dispensam maiores comentários, certo?

Bem calcada no Power/Speed, “Destiny” traz novalmente os moldes clássico de se fazer música na Alemanha duas décadas atrás, mas infelizmente falta um punch nos versos (a questão real é que ele não é tão forte como o restante do álbum), ao contrário de “Death Romantic”, com fortes lances de Thrash, lembrando os antigos trabalhos do Rage. Mantendo o som de sempre, a cadenciada “Black And White” traz uma letra bem legal (aquela críticas sociais/políticas/ambientais bem metafóricas) e “Concrete Wall” é mais um dos grandes momentos do álbum: puro Metal com um refrão bombástico a ser cantado em coro. A balada “Eternally” vem por último e como toda balada do grupo (ou de Smolski, na realidade, afinal de contas, essa música originalmente apareceu no projeto Nuclear Blast All-Stars), não decepciona em momento algum, misturando boas partes acústicas com riffs estupidamente técnicos e encaixando perfeitamente.

Com tanto tempo de carreira, é impressionante o ritmo com que o trio vem lançado álbum atrás de álbum, sem deixar a qualidade cair por um momento sequer. Ok, talvez desde “Unity” e “Soundchaser” (o ápice da banda na opinião deste que vos fala) os discos não sejam 100% perfeitos, com algumas músicas que podem cair no esquecimento depois de um tempo, mas é inegável que pelo menos a cada trabalho não surjam vários e vários petardos, verdadeiros hinos Metal. E isso também se faz presente um pouco em “Twenty One”, cuja primeira metade é espetacular, mas perde um pouco a pegada a partir de “Destiny”. Não são músicas chatas, mas correm o risco de soar indiferentes durante a audição.

Em todo caso, é mais um registro muito bom de uma das bandas mais importantes e carismáticas da história do Metal. E se seguir a tendência, ficamos no aguardo do próximo álbum, mais voltado para as orquestrações, certo?

21 Rage

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Tracklist

01. House Wins
02. Twenty One
03. Forever Dead
04. Feel My Pain
05. Serial Killer
06. Psycho Terror
07. Destiny
08. Death Romantic
09. Black And White
10. Concrete Wall
11. Eternally

Lineup

Peavy Wagner – Vocal / Baixo
Victor Smolski – Guitarra / Teclado
André Hilgers – Bateria
Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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