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Paatos – “Breathing”


Podemos dizer que o Paatos é uma banda de uma mente só, ou melhor, de uma voz só: Petronella Nettermalm. Esse é o nome que identifica a banda, com seu estilo único, delicado e totalmente atraente, ela impõe a identidade do que é o Paatos em mais um álbum. Um rock progressivo com influências enormes do Trip-Hop, como Massive Attack e Portishead, com uma pitada de experimentação de bandas como Porcupine Tree e Riverside. A fórmula continua com Breathing e como sempre, com a voz de Petronella comandando essa viagem musical.

“Gone” não poderia ser melhor para iniciar o álbum, dando as caras com todo o sentimento, não só pela voz como pelo conjunto, com uma boa pegada de baixo. “Fading Out” continua com a mesma vibe, uma música fácil de se adaptar e agradável a qualquer ouvido, o solo de teclado, curto mas representativo incorpora ainda mais a faixa. “Shells” já é um pouco diferente, uma música que lembra um pouco trilha sonora de novela! O álbum em si já tem um toque melancólico, então “In That Room” vem para reforçar. Um começo que lembra muito a era mais antiga do Porcupine Tree, especialmente o Stupid Dream, no mais ela tem uma viagem legal, onde podemos adentrar a atmosfera que soa tão psicodélica e pop ao mesmo tempo.

Com uma típica introdução, “Andrum” é executada com o toque de violino/violoncelo de Petronella, até nos dar uma repetição da faixa “Shells” bem ao fundo. A faixa calma e quase inaudível dá lugar a uma das poucas músicas mais agitadas do álbum, novamente soando pop, tanto que se encaixaria perfeitamente em rádios ou coisas do tipo. O destaque fica como sempre para a voz da musa, arriscando mais agudos, “No More Rollercoaster” continua com uma boa progressão até o fim. A faixa-título tem todo um ar de mistério, até prolongado demais, até se encontrar num bom riff e o vocal comandar totalmente a música, aqui num melhor estilo Simone Simons de ser. Esse é o parecer da música, com um refrão arrastado, lembra muito a cena da música gótica.

“Smartan” puxa um lado bem sombrio, esse com influências de Massive Attack. Feita para entrar na alma, até alcançar seu peso. “Surrounded” tem um dos instrumentais mais interessantes e junto com o vocal feminino ouvimos também em várias partes o backing vocal masculino, no geral é uma música muito agradável e misteriosa, com um bom instrumental ao fundo de violinos, mesmo parecendo estar em alguma trilha sonora de “Crepúsculo”, ela é muito interessante.

Com outra introdução, agora mais curta, sinônimo de nostalgia, aí sim chegamos na que seja o ponto alto do disco: “Precious”. Uma verdadeira preciosidade, pode-se perceber os instrumentos atípicos como aquela batidinha mexicana e uma slide guitar em total sincronia com Petronella, até assovios rolam ao fundo dela. Uma faixa difícil de explicar onde o sentimento parece nos levar para uma outra era. “Over & Out” finaliza o trajeto de uma forma diferente. Nem parece pertencer ao álbum, a bateria aqui é pulsante, fazendo com que quase dê para se bater cabeça. Mas não, esse não é o propósito do Paatos.

É impossível falar da banda sem citar Petronella Nettermalm, a alma da banda, a voz que não há pessoa no mundo que não goste. Sobre o álbum, ele é até bem simples no geral, mas só de ter este vocal presente para podermos se aventurar pelas camadas sonoras que parecem flutuar, já é muito aproveitável.

Breathing Paatos

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Tracklist

01. Gone
02. Fading Out
03. Shells
04. In That Room
05. Andrum
06. No More Rollercoaster
07. Breathing
08. Smartan
09. Surrounded
10. Ploing, My Friend
11. Precious
12. Over & Out

Lineup

Peter Nylander - Guitarra
Ricard "Huxflux" Nettermalm - Bateria
Petronella Nettermalm - Vocal
Ulf "Rockis" Ivarsson - Baixo
Andrew Rosario

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