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Overkill – “The Electric Age”


Um dos medalhões do Thrash Metal americano, a exemplo do Exodus, Testament e Death Angel (que juntos formam o “the other Big 4”, na minha opinião), o Overkil também sempre ficou a sombra de Metallica, Megadeth, Anthrax e Slayer. Alguns alegam ser por causa do seu direcionamento mais simples, outros por ser mais Punk e Hardcore. Mas é consenso geral que eles foram uma das poucas bandas a passar praticamente ilesos pela década de 90 e continuam como uma das mais cultuadas pelos Thrashers.

“The Electric Age” é o novo trabalho da trupe de Bobby Blitz, dois anos depois de “Ironbound”, em uma demonstração da criatividade e processo de composição frenética que a banda sempre teve, sem jamais perder a mão.

Podem dizer o que quiser do Overkill: que eles praticamente não mudam nada no seu som de um álbum para outro, que as estruturas são sempre parecidas (e as letras também). Mas a questão é: qual o problema com isso? Quando a primeira pedrada de “Come And Get It” começa a sair do aparelho de som, com a bateria gravíssima, o timbre inconfundível do baixo de DD Verni e a voz esganiçada de Bobby “Blitz” Ellsworth” você imediatamente sabe que está diante de um disco destes nova iorquinos. A faixa, pesadíssima e rápida tem direito até a coros no melhor estilo Accept, enquanto “Electric Rattlesnake”, primeira música liberada, traz aquele Groove com boas doses de Punk, e já se consagra como um dos destaques do álbum. “Wish You Were Dead” é um Thrash Metal mais direto, altamente influenciado por riffs de Heavy Metal tradicional, assim como a cadenciada “Black Daze”, que chega a transbordar de tanto sentimento oitentista.

“Save Yourself”, por outro lado, se destaca pelo forte destaque Punk (e os característicos backing vocal) e “Drop The Hammer Down” retoma o estilo mais clássico da banda em mais uma faixa perfeita para figurar no setlist dos shows. A irônica “21st Century Man” também prefere ficar na zona de conforto que o Overkill vem mantendo nos últimos álbuns (como se isso fosse ruim), assim como “Old Wounds, New Scars”, que apesar do título e da letra, tem um clima bem pra cima, e “All Over But The Shouting”, praticamente uma viagem nostálgica ao apocalíptico ano de 1986. “Good Night” encerra o disco com uma mistura muito bem legal entre o Thrash/Speed característico com passagens Heavy quase a lá Mercyful Fate (principalmente por causa das vozes), deixando uma sensação de dever cumprido.

Com “The Electric Age” algumas pessoas podem continuar alegando que o Overkill é o AC/DC do Thrash Metal (apesar de particularmente não ver nenhuma ofensa nisso, mas um tremendo de um elogio), graças aos arranjos simples, a proposta intocada. Porém, o décimo sétimo disco dos americanos é algo consistente, direto, pesadíssimo e com saudáveis nuances de Heavy Tradicional e Punk Rock, e ao contrário de boa parte das bandas da década de 80 (e a exemplo do Anthrax e do Tankard), o Overkill não se preocupa em ficar preso aos clichês “malvados” do estilo, mas sim tratando os temas com ironia considerável e ganhando vários pontos com isso. Não à toa, esse álbum é um dos mais agradáveis e divertidos trabalhos de Thrash Metal em muitos anos.

01. Come And Get It
02. Electric Rattlesnake
03. Wish You Were Dead
04. Black Daze
05. Save Yourself
06. Drop The Hammer Down
07. 21st Century Man
08. Old Wounds, New Scars
09. All Over But The Shouting
10. Goodnight

Lineup:

Bobby “Blitz” Ellsworth – Vocal
Derek Tailer – Guitarra
Dave Linsk – Guitarra
DD Verni – Baixo
Ron Lipnicki – Bateria

Nota 10

The Electric Age Overkill

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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