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Nightwish – “Imaginaerum”


Não precisamos contar muito sobre a história do Nightwish, certo? Possivelmente a mais bem sucedida banda de Metal da Finlândia, teve todos os seus problemas com a ex-vocalista Tarja Turunen, lançou o esquisito “Dark Passion Play” e havia prometido agora para 2011 o seu sétimo álbum de estúdio, que também seria um filme e tudo mais, o ápice da sua carreira.

Então, “Imaginaerum” é lançado no último dia 30 de novembro, pela Nuclear Blast, produzido por Tuomas Holopainen em conjunto com Tero Kinnunen e Mikko Karmila, com participação do coral infantil Metro Voices e da Orquestra Filarmônica de Londres.

Sente no seu carrinho, e prepare-se para a viagem…

A belíssima introdução “Taikatalvi” já abre o disco impressionando pela beleza e pelo cuidado que uma curta música recebeu, com vários instrumentos trabalhando em conjunto, para iniciar “Storytime”, e mostrar o clima teatral que impera em todo o álbum. Aliás, a voz de Anette soa muito bem nessa música, de forma que as melodias criadas tanto pelas vozes quanto pelo instrumental já deixam o ouvinte boquiaberto e fisgam qualquer um para o universo que está sendo criado. “Ghost River”, em seguida, traz aquele estilo Metal totalmente finlandês, com o jogo de vozes entre os vocalistas dando um requinte diferenciado (principalmente na ponte operística e no refrão), enquanto “Slow, Love, Slow” dá uma guinada absurda, e soa como aquelas cantoras da década de 40, em uma linda música e mostra um lado mais… hum… ainda mais sexualizado da voz feminina, ahn? Bom, mas tudo muda com “I Want My Tears Back”, que resgata o Metal característico do Nightwish de novo: uma ótima base com dezenas de camadas de teclado, riffs cadenciados de guitarra, bateria quase AC/DC e as vozes perfeitamente encaixadas, sem contar o interlúdio instrumental, que fazem o seu queixo cair na mesa, assim como a maravilhosa faixa “Scaretale”, praticamente uma aula ao Rhapsody na questão de fazer Heavy Metal como trilha sonora de filme. São vários elementos, passagens, influências, e facilmente você vai mentalizando o palco de um teatro/musical enquanto ela se desenrola, tanto que os sete minutos de duração passam, infelizmente, muito rápido.

“Arabesque”, um bonito interlúdio instrumental que tem alguns elementos de… bem… o nome já denuncia, certo? Não à toa, lembra um pouco a trilha de alguns jogos medievais recentes, assim como a belíssima Folk “Turn Loose The Mermaids”. Aliás, é importante notar que, se até esse ponto do álbum existe alguma história que conecta cada faixa e você ainda não percebeu, é agora que tudo parece se perder. Resta então, esperar pelo filme para tentarmos conectar todo o conceito. “Rest Calm”, em seguida, é mais uma epopéia dentro do disco, um pouco mais soturna e… vai soar redundante, mas as vozes são incríveis, principalmente com a participação do coral infantil. A balada “The Crow, The Owl And The Dove” também entra fácil como um dos destaques do álbum, e é exatamente na sua simplicidade e nas melodias repetitivas que mora o diferencial, já que o mesmo acontece também com a sinfônica “Last Ride Of The Day”, e ambas são um preparo, uma calmaria antes de começar a épica “Song Of Myself”, que resume praticamente o que é “Imaginaerum”. Vozes, orquestra, caos, maravilhas, chega a ser inacreditável como tantos elementos conseguiram se encaixar dessa forma, e mesmo a parte narrada (que poderia estragar todo o disco, assim como um final ruim estraga todo um filme bom) fica bem colocada e não atrapalha. A faixa título instrumental sobe e imediatamente você imagina os créditos de um filme subindo na tela, as luzes já se acenderam e você simplesmente permanece imóvel, ainda absorvendo tudo aquilo que se passou nos últimos 68 minutos. E mesmo depois de se levantar e sair, você continua pensando no que realmente aconteceu…

Surpreendente? Definitivamente: as promessas foram cumpridas, a megalomania da banda foi colocada em prática de uma forma incrível, trabalhando em prol da música e não do exibicionismo puro. Ao contrário de outros projetos, a música é mais do que o suficiente para se mentalizar a imagem, as sensações, uma verdadeira experiência criativa também para quem ouve. A capa do álbum é um trilho de montanha russa. E é exatamente assim que você sente ao ouvir esse trabalho.

Sem mais, um dos grandes e belíssimos destaques de 2011.

Imaginaerum Nightwish

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Tracklist

01. Taikatalvi
02. Storytime
03. Ghost River
04. Slow, Love, Slow
05. I Want My Tears Back
06. Scaretale
07. Arabesque
08. Turn Loose The Mermaids
09. Rest Calm
10. The Crow, The Owl And The Dove
11. Last Ride Of The Day
12. Song Of Myself
13. Imaginaerum

Lineup

Anette Olzon – Vocal
Emppu Vuorinen – Guitarra
Marco Hietala – Baixo / Vocal
Tuomas Holopainen – Teclado / Vocal
Jukka Nevalainen – Bateria
Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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