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Museo Rosenbach – “Barbarica”


Zarathustra é, definitivamente, um dos marcos na história do rock progressivo, e uma obra que foi o suficiente para marcar o nome do Museo Rosenbach na trajetória do estilo, que manteve-se em hiato durante quase três décadas, até o lançamento de Exit, em 2000 (que não trazia quase nada do som de outrora). Treze anos depois, e com três dos músicos envolvidos no disco de estreia (Stefano Galifi, Giancarlo Golzi e Alberto Moreno), a banda anuncia o lançamento de Barbarica, um álbum para resgatar a sonoridade clássica, de quarenta anos antes. E isso levanta a questão: qual a relevância de um disco do Museo Rosenbach em pleno 2013?

Museo

A épica Il Respiro Del Pianetta abre o disco com a pretensão de já soar grandiosa, resgatando o sentimento do rock progressivo italiano da década de setenta (algo que foi deixado um pouco de lado no álbum anterior) com todas as suas megalomaníacas mudanças de andamento, timbres cuidadosamente escolhidos para soarem antiquados e renascentistas, e ao longo dos treze minutos de duração, introduzir o conceito de Barbarica: um mundo que está se perdendo cada vez mais em guerras, desastres naturais, e se tornando inabitável, com as pessoas voltando aos tempos da barbárie – aonde apenas um homem decide reverter essa situação e vislumbra um futuro diferente do absoluto caos.

La Coda Del Diavolo apresenta um belíssimo arranjo orquestral, que lentamente se desenvolve para um virtuoso e pesadíssimo heavy prog do limiar com a década de oitenta, uma composição madura e bem feita, assim como a tranquila Abbandonati, que apesar de muito mais simples e sem grandes mudanças, é uma bonita balada nos moldes clássicos do rock progressivo. Essa fórmula se repete em Fiore Di Vendetta, com forte influência do lado mais sinfônico do rock progressivo e um bom trabalho nas texturas de teclado, enquanto Il Re Del Circo traz da forma mais pura todos os elementos do estilo tipicamente italiano, criando uma aura de trilha sonora e de encerramento, com uma música que definitivamente deixa uma sensação de positivismo durante o seu clímax.

As comparações com Zarathustra são impossíveis, principalmente pelo fato de que o Museo Rosenbach não faz tanta questão em modernizar o seu som ou abandonar qualquer um dos aspectos do rock progressivo clássico, mas apenas esbarrando de forma tímida em outras vertentes que vieram depois, sem mudar o seu som, como ouvido no álbum anterior – o que para muito muitos foi um verdadeiro tiro no pé.

Porém, é exatamente nessa zona de conforto que Barbarica se desenvolve para um trabalho equilibrado, belissimamente construído, e que em nada deve aos discos da fase áurea do cenário italiano, e ainda que tente intencionalmente resgatar os exageros daquela época, se mostra um bom álbum e uma prazerosa audição, mesmo com a sina de permanecer obscurecido pelo seu antecessor, de 40 anos atrás, e pelo cenário musical saturado atual.

Barbarica Museo Rosenbach

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Tracklist

01. Il Respiro Del Pianeta
02. La Coda Del Diavolo
03. Abbandonati
04. Fiore Di Vendetta
05. Il Re Del Circo

Lineup

Stefano Galifi – vocal
Alberto Moreno – baixo / mellotron
Giancarlo Golzi – bateria
Sandro Libra – guitarra
Max Borelli – guitarra
Fabio Meggetto – teclado
Andy Senis – baixo
Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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