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Matanza – “Odiosa Natureza Humana”


Para o público brasileiro, o Matanza dispensa maiores apresentações, certo? Uma das poucas bandas novas que conseguiu cair nas graças da mídia musical nacional e também no gosto do público brasileiro de Metal, misturando Punk/Hardcore com aquela pegada Country e letras cretiníssimas (no bom sentido) sobre velho oeste, álcool e porradarias.

Depois de um hiato de cinco anos desde “A Arte do Insulto”, os cariocas voltam com “Odiosa Natureza Humana”, lançado novamente pela DeckDisc e traz o mesmo Matanza de sempre, com uma dose extra de sujeira.

“Remédios Demais” abre o disco com uma generosa dose a mais de Metal, principalmente pelos riffs e pelos timbres da guitarra, além dos vocais de Jimmy, um pouco mais graves e além da rouquidão etílica já característica. E o ritmo do álbum é tão frenético, que “Em Respeito Ao Vício” começa e é quase imperceptível, pois a batida e a velocidade são praticamente as mesmas (não que isso seja ruim, afinal de contas, são duas ótimas músicas). “Ela Não Me Perdoou” vem em seguida, com aquela letra ácida sobre relacionamentos pessimamente sucedidos já clássicas do Matanza, cantada sobre ritmos bem Country, assim como “Escárnio”, que puxa novamente uma boa influência de Heavy Metal. Por outro lado, “Tudo Errado” é extremamente pesada e faz jus ao rótulo de Countrycore que costumam batizar a banda, com destaque para a produção aqui, valorizando as linhas de baixo e criando uma sonoridade bem diferente, assim como “Saco Cheio e Mau-Humor” e a sua pegada Punk americano da década de 90, com vocais que combinam bem com o título da música.

Completamente Hardcore, a faixa título resume bem o que é esse álbum: timbres muito mais pesados, uma produção que favorece isso, vocais bem mais urrados e os sempre refrões perfeitos para serem berrados ou simplesmente distribuir porrada nos moshs ao vivo. Tudo isso forma a ótima “Carvão, Enxofre e Salitre”, um clássico imediato dos caras e na mais cadenciada e depressiva “Amigo Nenhum”. “Conforme Disseram as Vozes”, se não fosse a trágica letra, daria uma boa música pra tocar naqueles celeiros/saloons e todos dançarem, assim como a alcoólica “Melhor Sem Você” e a ótima “A Menor Paciência”, mais um grande momento do disco. E assim como nos outros álbuns, “O Bebum Acabado” é a etilicamente bem humorada faixa que encerra o disco, muito mais simples e diversão garantida, daquele jeito que permanece por um bom tempo na sua cabeça.

Analisando friamente, é o mesmo Matanza de sempre: sujo, embriagado, pesado, rápido, country. Mas a produção está muito mais cuidadosa, com os instrumentos mais equilibrados, favorecendo bem o desprendimento Countrycore e agregando até algumas ótimas novas e sutis influências, colocando-os um patamar acima e comprovando de uma vez por todas que por mais anti comercial e politicamente incorreto que eles possam ser, merecem o reconhecimento e o sucesso que atingiram tanto no mainstream quanto com o público mais Metal/Hardcore.

01. Remédios Demais
02. Em Respeito Ao Vício
03. Ela Não Me Perdoou
04. Escárnio
05. Tudo Errado
06. Saco Cheio e Mau Humor
07. Odiosa Natureza Humana
08. Carvão, Enxofre e Salitre
09. Amigo Nenhum
10. Conforme Disseram As Vozes
11. Melhor Sem Você
12. A Menor Paciência
13. O Bebum Acabado

Lineup:

Jimmy – Vocal
Donida – Guitarra
China – Baixo
Jonas – Bateria

Nota 8

Odiosa Natureza Humana Matanza

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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