Progcast - Sua Dose Semanal de Rock Progressivo

Iron Savior – “The Landing”


O projeto Power Metal que reuniu três figurões do estilo lá na metade da década de 90 (a saber, Piet Sielck, Kai Hansen e Thomen Stauch), o Iron Savior surgiu com uma proposta um tanto quanto diferente do que estava sendo feito: calcado no Power Metal mais pesado, com fortes sopros oitentistas e um conceito que abordava ficção científica ao invés dos guerreiros, espadas e dragões.

Depois de muito tempo, Sielck é o único a continuar com o projeto, e entre idas e vindas, já lançou seis álbuns de estúdio, chegando a sétima parte da saga com “The Landing”, quatro anos após o apagado “Megatropolis” (que convenhamos, foi lançado no meio da curva de declínio do estilo como um todo).

A típica introdução “Descending” já vai criando a atmosfera do álbum (imaginem a nave descendo, certo?) e, mesmo que “The Savior” tenha uma levada mais cadenciada, os vocais de Piet Sielck continuam em plena forma, com melodias pegajosíssimas, lembrando ainda mais o timbre de Peavy Wagner (Rage). Aliás, tentem ouvir esse refrão e não se pegarem cantarolando-o por DIAS, de preferência com os punhos no alto. A velocidade Power Metal aparece pela primeira vez em “Starlight”: Power chords e pedais duplos a velocidade da luz, coros épicos e o punch tipicamente Iron Savior (que ao meu ver sempre teve um leve quê de diferente das outras bandas – um quê muito muito muito leve, mas teve), que se repete em “March Of Doom”, que deixa aquela sensação de “impressão minha ou eu já ouvi essa música antes em outro cd deles?”. Em seguida, “Heavy Metal Never Dies” é o momento mais… Heavy Metal do disco, naquele formato bem oitentista para ser cantado a plenos pulmões. Clichê? Nada de novo? Semi-engraçado? Sim, definitivamente, mas ainda assim ótimo.

Mantendo os dois pés no peso, “Moment In Time”, com as linhas de baixo frenéticas, não é um bom Thrash Metal por um questão de alguns riffs e algumas melodias exageradas a mais, enquanto “Hall Of The Heroes”… o que podemos dizer… é uma típica música dos anos 2000 de uma banda de Power Metal alemã. O clima futurista é quebrado um pouco com “R. U. Ready”, uma ode ao Heavy Metal oitentista, com trocentas mil referências a bandas e clássicos, ou seja, mais diversão garantida se você ouvir descompromissadamente. “Faster Than All” puxa mais um pouco do Power Metal totalmente anos 80 e soa bem apagada no meio do álbum, assim como a balada “Before The Pain”, que excluindo o refrão não traz nada de muito interessante. Um ponto que contribui é que a voz de Piet não é aquelas coisas para esses ritmos mais lentos, encaixando melhor quando ele resolve dar uns berros. Por sorte, o Hard/Heavy de “No Guts, No Glory” joga o clima do álbum lá pra cima, e com certeza seria um grande momento ao vivo: direta, pegajosa e perfeita para ser cantada em coro, fechando o álbum e deixando um sorriso na cara dos fãs.

O álbum passa muito longe de ser algo genial ou inovador, mas isso não quer dizer que não seja agradável, pois mesmo não chegando a ser um prato cheio, um novo clássico ou um item obrigatório na estante de um fã de Power Metal (estilo cada vez mais esquecido, infelizmente), é legal para quem acompanha a carreira de Mr Sielck (um dos masterminds do estilo na Alemanha, na minha opinião) e gosta da temática futurista das letras.

 

01. Descending
02. The Savior
03. Starlight
04. March Of Doom
05. Heavy Metal Never Dies
06. Moment In Time
07. Hall Of The Heroes
08. R. U. Ready
09. Faster Than All
10. Before The Pain
11. No Guts, No Glory

Line-up:

Piet Sielck – Vocal / Guitarra
Jan-Sören Eckert – Baixo
Thomas Nack – Bateria
Joachim Küstner – Guitarra

Nota 7

The Landing Iron Savior

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *