Progcast - Sua Dose Semanal de Rock Progressivo

Oceanos topográficos


Uma das bandas com uma das discografias mais extensas não apenas do Rock Progressivo, mas de toda a história da música, o Yes conta no seu currículo com 19 álbuns de estúdio, 9 ao vivo, 31 coletâneas (WHAT?) e 32 singles, algo impressionante ainda mais se contarmos o fato de que eles nunca mantiveram o mesmo line-up por muito tempo e tiveram alguns breaks ao longo desses 40 anos de carreira (e banda teoricamente continua na ativa, fazendo shows, ao menos).

1969 – Yes

Considerado mais um entre os primeiros do gênero, o auto-intitulado álbum do Yes e já apresentava a mistura entre o som pesado e virtuoso da banda com passagens mais bonitinhas, por assim dizer. A recepção do álbum, porém, foi meio aquém do esperado, pois, apesar da qualidade, talvez faltasse um pouco de maturidade tanto para os membros quanto para os produtores. A capa, simples e direta, traz o nome da banda escrito dentro de um balão de quadrinhos vermelho e preto (os traços da letra não lembra um pouco o quadro “O Grito”?), ou seja, new band, no money, sorry people. Uma capa alternativa em algumas versões trazia a banda na frente de uma casa, uma imagem até meio que inspirada por bandas do naipe dos Beatles, sendo que a roupa vermelha ali é o único destaque na foto envelhecida. Haveria alguma referência aí?

1970 – Time And A Word

A real explosão da banda no Reino Unido e o último álbum com a formação original, já que a inclusão de novos arranjos orquestrais acabaram diminuindo o espaço do guitarrista Peter Banks, que cedeu espaço para Steve Howe. Nesse álbum, já podem ser identificados uns traços mais progressivos na arte, mas na ilustração da versão britânica, com o desenho de uma mulher nua em um plano xadrez que vai diminuindo, quase uma ilusão de ótica. Nos EUA porém, a capa foi julgada como “inapropriada”, e foi substituída por uma reles foto da banda, com aqueles panos pomposos no fundo típicos da época.

1971 – The Yes Album

Marcando a estréia de Steve Howe na banda e o contrato com a Atlantic Records, o trabalho foi responsável pela real projeção da banda ao mundo, sendo lembrado com o melhor trabalho da banda até hoje por muitos fãs. A capa, simulando um rolo de filme no processo de revelação traz simplesmente a banda (talvez cansados de serem censurados nos EUA) como em uma foto de família. Curiosidade que Tony Kaye (tecladista na época) aparece na imagem com o pé engessado, pois tinha acabado de quebrar o pé no momento da foto.

1971 – Fragile

“Fragile” pode ser considerado um marco por diversos motivos: é o primeiro a contar com o lendário Rick Wakeman nos teclados e o primeiro a contar com a arte do também lendário Roger Dean, responsável por todas as artes do grupo desde então e pela criação do logo-bolha, sendo um dos álbuns com melhores charts de toda a história do Yes, alavancado principalmente pelas longas composições e o clássico absoluto “Roundabout”. A capa da frente trazia o planeta completamente verde e novo, enquanto o verso, mostrava a Terra em decadência e uma nave saindo dela (isso lembra algum filme/livro?). As ilustrações do encarte traziam mais algumas pequenas ilustrações do próprio Dean, intercalado com algumas fotos dos membros.

1972 – Closer To The Edge

Totalmente influenciado por conceitos filosóficos, pode-se dizer que “Closer To The Edge” é o mais introspectivo dos álbuns do Yes e o primeiro a contar com as chamadas “centerpieces”, uma música mais longa e de maior destaque em relação as outras (nesse caso, a faixa-título), chegando a ser considerado o maior álbum de Rock Progressivo por algumas pessoas. Novamente desenhado por Roger Dean, a capa é relativamente simples (o degradê em alta) mas traz o famosíssimo logo da banda no seu estado definitivo. A ilustração de dentro do LP trazia grandes cachoeiras, uma paisagem paradisíaca (sacaram a relação com a borda?), muito bem pensado.

1973 – Tales From Topographic Oceans

O ambicioso álbum conceitual escrito por Jon Anderson traz letras baseadas nos pensamentos de Paramahansa Yogananda, influenciando de forma que as quatro canções deste álbum abordam os temas Verdade, Conhecimento, Cultura e Liberdade (nessa ordem). A megalomania é refletida na própria parte instrumental, considerado um dos pontos altos do excesso Progressivo na época, o álbum recebeu boa notabilidade por parte de crítica e fãs. A ilustração (preciso dizer de quem?), aparentemente mostra um deserto ao anoitecer, se ignorarmos o fato de ter uma cachoeira ali em um dos morros de pedra. Mas o verso do álbum, podemos ver a continuidade da paisagem, com PEIXES ali, ou seja, representa o fundo de um mar… ou peixes voadores, vai saber. Ah sim, tem uma pirâmide lá no fundo… alguém aí gosta de Teoria da Conspiração? Hehehe.

1974 – Relayer

Depois dos problemas com a saída de Bill Bruford (que foi se dedicar ao King Crimson) e Rick Wakeman (que deu pití e foi seguir carreira-solo), o Yes recrutou o baterista Alan White e o tecladista. Este seria o último trabalho de Roger Dean a frente das ilustrações do Yes (pelo menos por ora), uma capa um pouco mais soturna (nem tão alegre talvez defina melhor), assim como as ilustrações de dentro do encarte, uma delas com uma mosca que tem uma espiral nas costas (?) e a outra parece ser uma cidade nas pedras, pelo que se pode entender.

A continuação de Imago sobre o Yes terá mais duas partes (discografia chicante), que irão ao ar nos dias 08/06 e 12/06, certo?

Fiquem de olho e, já sabem, críticas, sugestões, correções, leave a reply!

Bons sonhos.

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

2 respostas para “Oceanos topográficos”

  1. Andrew disse:

    Não consigo ouvir Gates of Delirium sem imaginar todo este local e um pouco mais da capa do Relayer, meu preferido do Yes tanto na arte gráfica quanto musical

  2. […] Para acessar a parte I deste post, clique aqui […]

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