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Máscaras sinfônicas


O Symphony X despontou no início da década de 2000 como um dos maiores ícones do Prog Metal, aliando uma vasta influência Neo-clássica, com toques de Power e Thrash Metal no seu som trabalhado e épico. Ao longo destes 7 álbuns de estúdio, uma coletânea e um ao vivo a banda vem evoluindo gradativamente, sem mudar drasticamente o seu som, mas ficando cada vez mais pesada e progressiva ao mesmo tempo, de forma que as duas características cresçam juntas.

1994 – Symphony X

Nesse debut, Michael Romeo já vinha ganhando uma certa notoriedade com o lançamento do seu álbum solo “The Dark Chapter”, onde esbanjava técnica e velocidade muito próxima a um outro certo gordinho guitarrista sueco e já tinha o embrião do que seria o Symphony X um tmepo depois. Ainda com Rod Tyler nos vocais e um som meio desorientado, o debut auto-intitulado pode ser considerado o pior álbum deles. A arte da capa, cujo autor sequer é mencionado, foi claramente feita com baixo orçamento (assim como o encarte, que é horrível de tosco) até tem um resultado interessante, já trazendo o logo definitivo e as icônicas máscaras, não tão bem desenhadas, mas o resultado é interessante.

1995 – The Damnation Game

Marcando a entrada de Russel Allen (que mudou toda a história da banda, ahn?), lançado apenas 8 meses depois do debut “The Damnation Game” já trazia um som mais pesado e ao mesmo tempo focando na música clássica, uma idéia que iria amadurecer com o tempo. Uma garota sendo visitada durante a noite por um demônio verde com asas de urubu (isso não tem nada de genial), que toca um violino. Três detalhes: as máscaras aparecem no canto superior esquerdo, como enfeites na parede; novamente, eles nem falam de quem é a arte; e por último, o desenho é HORRÍVEL. P.S.: A imagem acima está infinitamente melhor que a do encarte.

1997 – The Divine Wings Of Tragedy

O ápice criativo e de maturidade da banda (ao qual ela se mantém até hoje), uma parte dos fãs considera um epítome da qualidade musical e indiscutivelmente contém inúmeros clássicos, incluindo a faixa-título com seus mais de 20 minutos e várias passagens diferenciadas. A figura retratada na capa parece realmente um anjo, com um vitral ao fundo onde estão ilustradas as máscaras características (divine… wings… sacaram?) bem desenhados até. O trabalho de Andy Baumgartner e Donna Rachel não é um primor, mas pelo menos dessa vez eles ficaram contentes o bastante para creditar os autores.

1998 – Twilight In Olympus

Ok, não sei o que houve aqui, mas essa é uma das piores montagens ever da história. Uma representação do Olimpo com o céu contrastando horrivelmente (alguém – provavelmente Daniel Muro – não sabia nivelar as cores RGB / saturação) a coloração que mais parece sorvete de creme. Uma espada ali, junto com algo que parece ser a representação de algum deus ficaram bem mal encaixadas, algo que se reflete no interior do encarte, com uma só imagem repetida por páginas e páginas… Novamente, o conteúdo musical compensa… ainda bem.

2000 – V: The New Mythology Suite

Então com o album “Awake”, o Drea… Er… Peraí… esse não é o “Awake”, mas um álbum com uma capa muito parecida com ele, apenas (não tão bem feita, porém). O primeiro álbum conceitual do Symphony X consegue ser ainda mais complexo que os trabalhos anteriores e talvez a ênfase na técnica aqui tenha gerado resultados ótimos. A representação na capa, com um espelho separando duas existências paralelas de uma mesma coisa é um tema um tanto quanto batido, ainda mais no Prog e, apesar de a banda ter tentado dar uma “revolucionada”, com o desenho mais 3Dzado, no fim das contas parece novamente que parte humilde do orçamento foi destinado a equipe de Kazuo e Tomoko Hamakada, responsáveis pelo design do trabalho.

2002 – Odyssey

Finalmente, uma grande capa. “Odyssey”, óbvia referencia ao poema de Homero e a volta de Ulisses para casa depois da Guerra de Tróia (o tema da faixa título, com seus épicos 24 minutos) está incrivelmente bem representada na pintura de Tom Thiel, da Illuvision, enfatizando ali o momento em que eles são atacados pelas “sereias comedoras de marinheiros”. O único aquém é que a resolução ou o tamanho do desenho original não deveriam ser muito grandes, ou a qualidade da impressão aqui no Brasil ficou horrível mesmo, porque as imagens estão meio desfocadas. Detalhe: as máscaras estão ali, presas na frente do barco, logo abaixo do pé esquerdo da sereia morena.

2007 – Paradise Lost

Não apenas o trabalho definitivo do Symphony X até agora e nem só um dos maiores álbuns do Prog já lançados, mas um dos mais equilibrados e bem contruídos de toda a história do Metal. “Paradise Lost” é tão maduro e consistente que chega a ser difícil apontar alguma falha, e, um trabalho gráfico digno da sonoridade foi feito, a começar pela capa, novamente um anjo, dessa vez representado trajando uma armadura e segurando uma rosa, enquanto contempla o campo de guerra a sua volta. Baseado no poema de mesmo nome, da autoria de John Milton, a história da guerra entre demônios e anjos vai sendo contada ao longo das imagens do encarte, muitíssimo bem desenhadas pela equipe de Warren Flanagan e Patrick Zaborodniuk. Onde estão as máscaras?  É meio difícil de achar, mas vejam logo abaixo do anjo com a rosa, mais ou menos no ponto onde as rachaduras em azul e em vermelho se encontras, cravadas na pedra.

No final, parece que eu detonei o trabalho gráfico da banda, né? Bom, vamos dizer que é bem ruinzim mermo, mas o último trabalho provou que pode ser muito bom. O próximo álbum deles deve ser anunciado em breve e o lançamento deve ocorrer ainda esse ano, então ficamos no aguardo para conferir se eles irão manter a qualidade musical já apresentada, ou se irão aprontar algo novo.

Bons sonhos.

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

Uma resposta para “Máscaras sinfônicas”

  1. Paradise Lost realmente é muito bom.

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