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Jethro Tull IV – A flauta do Leprechaun maluco fumando um narguile


1987 – Crest Of A Knave

O começo do direcionamento mais “eletrônico”, enfatizando as guitarras e os sintetizadores, o Jethro Tull começou a beirar o Hard Rock de forma quase escancarada nesse trabalho. O clima mais modernoso da sua sonoridade, porém, é basicamente o oposto da capa no estilo épico/medieval/fantasioso nos traços de uma carta de baralho, afinal de contas, “knave” nada mais é que um outro nome para o nosso conhecido “Valete” (“Jack”, no inglês).

1989 – Rock Island

É meio complicado identificar exatamente o que seria essa capa. Sobre a faixa que dá nome ao álbum, podemos claramente perceber que se trata do isolamento, saudade, memória e coisas do tipo. A arte, por outro lado, parece uma escotilha, ou talvez, em viagens mais ácidas, um olho, uma janela em direção a “Rock Island”, um lugar isolado. Talvez a aparência de capa de livro não seja mera coincidência (aliás, o traço é muito bem desenhado, apesar de simples).

1991 – Catfish Rising

Bizarro é o nome que o sr Anderson escolhe para os álbuns, mas a sonoridade Hard Rock aliado ao belo desenho psico-oriental da capa cria um efeito muito bonito. Nada muito criativo, inovador, revolucionário ou intrigante, mas bonito.

1995 – Roots To Branches

E se o flerte com o oriente no álbum anterior começou na capa, Ian Anderson parece ter mergulhado de vez no narguile e viajou bem para longe, na Índia e no Oriente Médio, onde encontrou tanto novas influências para o som do JT como a letárgica capa com folhas coloridas e um círculo de pseudo yin-yang.

1999 – J-Tull Dot Com

Continuando no clima oriental, dessa vez um tanto quanto Jerusalém (as letras meio hebraicas) e Egito (o rato antropomorfo), sendo que o título é todo modernoso (j-tull.com, sacaram?), em contraponto ao visual arcaico e algumas letras mais contemporâneas. O que só nos deixa uma questão: WHAT THE FUC*?

Aliás, essa frase mostra o quão maluco é Ian Anderson e todas as suas criações, o que inclui as capas que o Jethro Tull lançou: desde duendes velhos com cães no meio da floresta até um homem cinza com cabeça de rato. Nenhuma delas tem um sentido muito desenvolvido ou cheio de eastereggs que nós tanto gostamos, mas o clima medieval que eles sempre se propuseram a fazer está escancaradamente estampado em toda a discografia da banda, então não tem como condenar o sujeito por isso. Vai entender…

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Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

2 respostas para “Jethro Tull IV – A flauta do Leprechaun maluco fumando um narguile”

  1. Danilo disse:

    Cara, tu dizer que o album Warchild (que tem musicas sensacionais como: Sealion, Skating Away On the Thin Ice of a New Day, Two Fingers…) "não tem absolutamente NADA de interessante" é porque tu não deve sacar mesmo de Jethro Tull, na boa….

    • Rroio disse:

      Valeu pelo comentário, Danilo!

      Na realidade a coluna "Imago" é basicamente apenas sobre as artes, capas, embalagens e tudo que envolve o disco fisicamente falando, não sobre o seu conteúdo musical!

      Quando eu digo "NADA de interessante", me refiro apenas à capa, não às músicas.

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