Progcast - Sua Dose Semanal de Rock Progressivo

Até a revelação


Um dos pilares do Rock Progressivo, e contando com algumas das mais históricas figuras da música britânica, o Genesis lançou nessa sua extensa carreira de mais de 40 anos (se não contarmos o hiato entre 1998 e 2006) 15 álbuns de estúdio, 6 ao vivo, 6 coletâneas, além dos mais de 40 singles. Uma das bandas que sempre teve um cuidado meticuloso com o visual, principalmente nas apresentações ao vivo, mas, e nas capas…

1969 – From Genesis To Revelation

Ainda calcado no Pop (ainda que tratado com certa psicodelia), alguns dos elementos futuros já estavam presentes ali. A arte do álbum, por outro lado, é uma típica das que não cheiram nem fedem. O nome do álbum em dourado/bege/marrom sobre um fundo preto é até mesmo um tanto caído, e a única curiosidade sobre a arte é que o nome da banda foi omitido intencionalmente, para evitar confusões com um outro grupo (americano) também chamado Genesis. O produtor (e tutor) Jonathan King, porém, discordou que a banda deveria mudar e conseguiu manter o nome para Peter Gabriel e Cia.

1970 – Trespass

Um pouco mais influenciado pelo Folk (e a flauta de Gabriel) e pelo Prog em si, “Trespass” foi aclamado pela crítica (apesar de não ser um sucesso de vendas), levando a banda inclusive a tocar na Bélgica. Quanto a capa, da autoria de Paul Whitehead (que viria a ilustrar os próximos trabalhos), é um trabalho tipicamente anos 70: o logo e o nome do álbum todos estilizados, um local sem bordas onde duas pessoas (seriam deuses?) observam o mundo lá fora. O risco, aparentemente sem sentido, se vista apenas a capa, demonstra que na realidade é uma faca que “corta” o desenho, uma referência ao single “The Knife” (dã).

1971 – Nursery Cryme

Talvez um dos grandes clássicos ever, marcando a estréia do consagradíssimo line-up lendário com Peter Gabriel, Tony Banks, Mike Rutherford, Phil Collins e Steve Hackett. “Nursery Cryme” manteve os experimentalismo Prog de “Trespass”, ao passo que foi injetado um pouco mais de peso (calcule) nas composições, cada vez maiores e complexas. Praticamente um “The Best Of”, todas as músicas do álbum são verdadeiros clássicos para qualquer fã, e elas são iconicamente representadas na arte de Whitehead (trechos das músicas, na realidade). A propósito, enfermeiras evil com cara de psicopata jogando Gateball usando cabeças de pessoas é um tanto quando assustador… freak, mas assustador.

1972 – Foxtrot

Mais um grande álbum, foi o primeiro a contar com uma faixa gigante (com seus mais de 20 minutos): “Supper’s Ready”, com suas diversas partes era a demonstração latente de quanto a banda vinha evoluindo em termos de composição ao longo do tempo. A origem do nome do álbum é cheio de historinhas: diz-se que foxtroat era um dos ritmos no Mellotron Mark II que Banks estava usando… o mais provável é que seja uma referência àquelas estúpidas caçadas inglesas, em que os homens caçavam raposas usando cães (que eu acho uma tremenda escrotid**, mas deixemos prá lá), já que na arte completa, podem ser vistos vários cavaleiros esperando na beira do mar, pela figura com cabeça de raposa sobre um pedaço de gelo (WHÓT?), que seria uma das fantasias de Peter Gabriel nas apresentações ao vivo.

1973 – Selling England By The Pound

Responsável pelo sucesso comercial da banda nos EUA, traz letras centradas na história, costumes e fatos ingleses, retratando momentos tanto do passado quanto contemporâneos. A famosa capa é um quadro originalmente chamado de “The Dream”, de Betty Swanwick, onde podemos encontrar uma pessoa dormindo em um banco de praça, agora, a interpretação sobre as outras pessoas pode ser um pouco subjetivo, o que elas estão fazendo? Onde estão? Porque estão dispostas desta forma? Vai saber… Curiosidade sobre a arte é que aquele carrinho de cortar grama ali, não estava no quadro original, e foi colocado a pedido da banda, visto que é citado na música “I Know What I Like” (grande motivo, ahn?).

1974 – The Lamb Lies Down On Broadway

Primeiro álbum conceitual (e já de cara, duplo), foi o que marcou o começo dos desentendimentos dentro da banda, com Peter Gabriel cada vez mais ausente, o que culminaria na sua saída da banda um tempo depois. Contando a história de Rael, um garoto descendente de port-riquenhos vivendo em Nova Iorque, que precisa encontrar seu irmão John. Na verdade a história é deveras confusa e cheio de refer~encias sobre mitologia, sonhos, distúrbios psicológicos e tudo quanto é chucrutes que se tem direito, então, deixemos para um Commentum sobre ele =D. A capa é uma das mais interessantes, fugindo um pouco dos desenhos setentistas de Whitehead, baseada em uma montagem de fotos mostrando aquilo que deve ser Rael, a sua própria silhueta saindo de seu mundo, observando-o a si mesmo em meio a natureza, de mãos dadas com uma outra versão, presa à uma cadeira, ao vazio… mas fica a pergunta, quem está puxando quem?

E aqui acaba a fase lendária do Genesis, com a presença de Peter Gabriel… a continuação deste post irá ao ar na terça-feira que vem, dia 27/07.

Bons sonhos.

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

2 respostas para “Até a revelação”

  1. Andrew disse:

    Aahh, a fase mágica do Genesis! Gosto muito da arte do Foxtrot, apesar de não entender nada dela xD

  2. […] Até a revelação II Filed under: Imago by Rroio — Deixar um comentário julho 27, 2010 No último episódio de Imago […]

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