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Haken – “Visions”


Vamos dizer que o Haken é o novo queridinho dos círculos Progressivos mundo afora, meio que unindo tanto aqueles mais ligados a sonoridade clássica dos anos 70 quanto os que preferem o lado Metal e Djent da coisa.

Exagero ou não, cabe cada um ouvir e tirar suas próprias conclusões. Mas fato é que em dois anos eles já lançaram o debut “Aquarius” e agora “Visions”, mantendo o trabalho visual fantástico, uma produção impecável e uma mescla de influências que justifica a atenção que vem recebendo tanto do público quanto da crítica.

A longa instrumental “Premonition” que abre o álbum já mostra alguns dos caminhos que o Haken segue: linhas complexas e quebradas, orquestrações belíssimas, produção impecável e uma seleção perfeita de timbres de teclado, tanto que a sua evolução em quatro minutos é extremamente natural e nem chega a incomodar aqueles que preferem discos com porradas já de cara. Ainda mais que “Nocturnal Conspiracy” já vem em seguida, belíssima, com aquelas linhas que deixam o ouvinte flutuando, novamente com destaque para o trabalho orquestral e o impressionante alcance vocal de Ross Jennings. Interessante notar também que mesmo nas longas passagens instrumentais, não existe aquele necessidade exagerada de demonstração técnica sem limites (como vemos muito no Prog Metal por aí), e muito pelo contrário, tudo soa bem harmonioso (vide a segunda parte quase jazzística da música, depois do 8º minuto). “Insomnia”, apesar da introdução espacial tipicamente Metal, também passa tranquilamente pelo Progressivo puramente anos 70, Rock Alternativo e tecladinhos infernais a lá mid anos 80, elementos que também podem ser encontrados na balada “The Mind’s Eye”.

Mais uma instrumental, “Portals” é claramente uma mistura muito interessante entre o Dream Theater e o ELP, mas até que eu um tanto dispensável no álbum, já que ela serve mais de introdução para “Shapeshifter”, o maior destaque do álbum, graças à nuances de teclado e a leve influência de Djent em alguns momentos. Em seguida, a belíssima “Deathless” é a mais forte evidência de como a banda funciona perfeitamente como um todo, com destaque absoluto para o tecladista Diego Tejeida e o baterista Ray Hearne. Para encerrar o álbum, um verdadeiro deleite para os fãs de Progressivo: a faixa título “Visions”, com quase 23 minutos de duração, é uma epopéia com cara de trilha sonora de filme épico, demonstrando com todos os elementos o porquê de o Haken estar figurando em várias listas de destaques do estilo mundo afora.

Apesar de meio inusitado a primeira ouvida, é evidente que a banda é uma daquelas que consegue com louvou manter as características do Prog setentista e fazer um som moderno, sem se preocupar em soar muito técnico, muito nostálgico ou forçando a demonstração de suas influências. Aliás, chega a ser impressionante como eles conseguem unir tantas influências de forma tão natural, ligando contrapontos até então um tanto quanto inesperados (riffs Djent com hammond, por exemplo). Definitivamente, um dos grandes álbuns do estilo que foram lançados em 2011 e você não pode deixar para trás.

Visions Haken

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Tracklist

01. Premonition
02. Nocturnal Conspiracy
03. Insomnia
04. The Mind’s Eye
05. Portals
06. Shapeshifter
07. Deathless
08. Visions

Lineup

Ross Jennings – Vocal
Charles Griffiths – Guitarra
Richard Henshall – Guitarra
Tom MacLean – Baixo
Diego Tejeida – Teclado
Ray Hearne – Bateria
Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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