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Ghost – “Opus Eponymous”


Ghost: os novos queridinhos do Heavy Metal. Mas fica a pergunta: Por que?

A banda aparentemente surgiu em 2008 e ganhou notoriedade com os seus shows, onde os músicos aparecem apenas vestidos de monges-in-the-dark e apenas o vocalista Papa Emeritus I faz uma espécie de “culto musical”, completamente fantasiado. Hoje em dia já se sabe que ele na verdade é Tobias Forge, do Repugnant (aparentemente algum doido desocupado foi verificar no no nome de quem as músicas estavam registradas), mas mesmo assim, uma certa mitologia vem sendo criada ao seu redor: vendar entrevistadores, não revelar dados, entre outras coisas (que ao meu ver, é uma grande jogada de marketing).

Com relação a música: centenas de revistas e sites tem colocado o debut da banda em um altar para ser venerado, alegando tratar-se de uma peça única no Rock n’ Roll, uma prova que o estilo ainda vive e parará pirirí pororó. Mas não é bem assim…

“Deus Culpa”, a introduçõa que parece ter saído de um disco do Tangerine Dream, com uma linha de órgão maçante dá passagem para “Com Clavi Com Dio” e aí já pode torcer o nariz de muita gente: quem esperava algo sujo, pesado e Metal vai se decepcionar profundamente. As guitarras estão lá no fundo, o timbre é levíssimo, a velocidade é bem moderada e os vocais de Papa Emeritus I chegam quase a ser suaves, dramáticos, como um Ozzy Osbourne melhorado. Em seguida, “Ritual” começa como uma daquelas bandas de Punk radiofônicas, até se transformar em um Stoner/Hard Rock que não chega exatamente a empolgar, apesar do refrão bem feliz, ao passo que “Elizabeth” parece uma versão da carreira solo do King Diamond com vocais decentes e gravado no porão de alguém. Essa sonoridade porca, aliás, só pode ser intencional, pois continua por todo o disco, como fica evidente em “Stand By Him”, com seu leve flerte com o Candlemass das antigas, e “Satan Prayer” com seu refrão chatíssimo, mas ainda soando como abertura de algum desenho do Scooby-Doo.

“Death Knell”, depois, é um Space Rock extremamente psicodélico e hipnótico, com direito a vozes com delay e tudo, mas o ritmo acaba descendo demais e tornando-se cansativo com “Prime Mover”, só sendo resgatado por “Genesis”, uma instrumental legalzinha, com um trabalho de baixo bem feito, mas que fora isso poderia ter cedido espaço para outras músicas.

Ghost é uma banda estranha, e “Opus Eponymous” consegue quebrar todas as expectativas quando o ouve. Se é para o bem ou para o mal, depende do gosto de cada um. A sonoridade parece uma mistura maluca entre Hawkwind, Monster Magnet, Black Sabbath, Candlemass e King Diamond, um elo perdido entre o Heavy Metal e o Space Rock, com toques psicodélicos aqui e ali. Tudo isso construído com uma timbragem vintage: o som das guitarras parece tirada direta de um amplificador de 30W e a bateria deve ter umas 5 peças bem velhas. Mundo afora as pessoas estão considerando esse disco uma obra prima, o tipo de música que não se via há muito tempo. Bom, não acho que seja tudo isso. O disco tem bons momentos, boas idéias e é bem nostálgico, mas não é um clássico absoluto e nem revolucionário como se tem falado por aí.

01. Deus Culpa
02. Con Clavi Con Dio
03. Ritual
04. Elizabeth
05. Stand By Him
06. Satan Prayer
07. Death Knell
08. Prime Mover
09. Genesis

Nota 7


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Ghost – “Opus Eponymous”

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

2 respostas para “Ghost – “Opus Eponymous””

  1. Plínio disse:

    É apenas uma cópia dos deuses do Mercyful Fate…..mas, pra molecada desinformada "banger" de hoje, tá valendo….

  2. stanislavski vladmir disse:

    Nossa nao vi nada de sonaridade porca nesse álbum deles nao… além disso, n acredito que a intenção da banda seja "headbangear", a banda vai além disso. Tem uma naipe meio misterioso, meio sombrio, mas nao é pra ser agressivo nem pra motivações de mosh ou alguma coisa assim, é muitto mais pra se ouvir em casa ou assistir uma performance deles mesmo como se assiste a uma do Pink Floyd (nao que sejam comparáveis, apenas acho que ambas nao são muito dançantes ou headbangeantes)

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