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Eloy Fritsch – “Exogenesis”


Eloy Fritsch é um dos mais importantes nomes do Rock Progressivo contemporâneo, já que além do seu trabalho com o Apocalypse (que acredito que dispensa qualquer apresentação, certo?) e como professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ele ainda mantém uma regular carreira solo calcada em New Age, música instrumental e eletrônica, influenciada por nomes como Vangelis, Jean-Michael Jarre, Isao Tomita e Rick Wakeman.

“Exogenesis” é o seu décimo trabalho de estúdio, produzido, composto, executado e gravado pelo próprio músico no seu próprio estúdio utilizando todos os megalomaníacos equipamentos, e lançado pela gravadora Dreaming, uma divisão da grande Musea Records.

Depois de ouvir várias vezes “Exogenesis”, a conclusão óbvia que se chega é: não tente em nenhum momento encarar o disco como várias faixas separadas. A forma como elas estão ligadas, em um processo contínuo de pouco mais de 60 minutos é algo natural, grandioso, com vários pequenos clímax que engrandecem a audição. Eloy Fritsch é um músico experiente e o seu currículo é a maior prova disso, e os seus experimentos com música instrumental, eletrônica e ambiente sempre trazem ideias interessantes. Com esse álbum ele coloca em prática a proposta de fazer uma jornada ao longo da história do universo, desde a sua gênese até um tempo muito posterior ao nosso.

Utilizando predominantemente de infinitas (isso mesmo, infinitas) camadas de teclado, sintetizadores, samples e efeitos eletrônicos, as músicas oscilam de acordo com o seu tema central, saindo do clima épico-espacial de “Neutron Star”, passando pelos ritmos tribais de “Mayan Temple”, os belíssimos momentos etéreos e atmosféricos de “Far Above The Clouds” e “The Ice Sea Of Enceladus”, até o encerramento da jornada com “The Immensity Of The Cosmic Ocean” (e está pra surgir um título mais Progressivo que esse), um momento contemplativo digno de encerramento de um filme, quando alguns fatos da trama ainda estão sendo revelados e surpreendendo o expectador a cada mudança de cena e andamento.

Um álbum muito bem feito para diversas situações: você pode simplesmente focar toda a sua atenção e se deixar mergulhar nas atmosféricas viagens de Fritsch, já que os instrumentos falam por si só, e criar todo o cenário na sua própria cabeça; ou ainda, utilizar “Exogenesis” como uma excelente trilha sonora para ler um livro (de preferência de assunto parecido com o tema do álbum). O importante é que ambas as formas engrandecem ainda mais a obra, fazendo extrapolar a experiência para além de um sentido só.

Ah sim, e muito importante: ouça com fones de ouvido para resultados ainda mais interessantes.

Acessem: http://ef.mus.br/

Exogenesis Eloy Fritsch

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Tracklist

01. Gaia
02. Neutron Star
03. Sunshine
04. Exogenesis Part I
05. Exogenesis Part II
06. Exogenesis Part III
07. Exogenesis Part IV
08. Mayan Temple
09. Far Above The Clouds
10. Moonwalk
11. The Ice Sea Of Enceladus
12. New Dawn
13. The Immensity Of The Cosmic Ocean

Lineup

Eloy Fritsch - Teclado
Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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