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DragonForce – “The Power Within”


Ah, Dragonforce. Ame ou odeie, uma coisa é inegável: esse grupo multinacional conseguiu algo que poucos tiveram sucesso, que foi pegar o Power Metal, um estilo até então decadente e caindo no marasmo, e dar uma recauchutada considerável, aplicando elementos de Metal extremo e efeitos de jogos de videogame que também deram uma personalidade ainda mais caricata para o estilo (agradável para alguns, pior ainda para outros).

Com a saída de ZP Theart após o álbum ao vivo “Twilight Dementia”, a banda encontrou na voz do jovem Marc Hudson o substituto ideal, rapidamente entrando no estúdio para a composição e gravação do que viria a ser “The Power Within”, o quinto álbum, mais direto e com a proposta de eliminar a megalomania do anterior “Ultra Beatdown”.

“Holding On” abre o disco como se espera: velocidade estúpida, licks de guitarra frenéticos e praticamente ininteligíveis, mas agora acompanhados pela voz de Marc Hudson, que sim, soa com as mesmas características de ZP Theart, mas no fim das contas tem uma personalidade própria que encaixou bem no som do DragonForce. Em seguida, uma das primeiras músicas liberadas, “Fallen World” soa novamente saudosista, grudenta como as músicas mais memoráveis da banda, assim como o clássico instantâneo “Cry Thunder”, aonde é perceptível que eles tiraram um pouco o pé do acelerador (ao menos na cozinha – as guitarras continuam absurdas), enquanto “Give Me The Night”, apesar do refrão bem Hard Rock, flerta bastante com o Metal mais extremo e até com algumas nuances meio Rhapsody.  “Wings Of Liberty” é a faixa mais longa do disco e a única fora dos padrões Power Metal (algo inédito se comparado com os álbuns anteriores, em que as faixas estavam cada vez maiores) que soa como uma ode ao que foi feito de melhor pelo estilo no final da década de 90 e anos 2000, e você pode perceber o vocal de Hudson levado ao máximo pela primeira vez.

Lembram do que foi dito ali em cima sobre a banda estar desacelerando um pouco suas músicas? “Seasons” é mais uma prova disso: bem cadenciada, chega a lembrar até as bandas alemãs como o Helloween e o Gamma Ray (e nos seus momentos menos agressivos), enquanto “Heart Of The Storm” e “Die By The Sword” retomam todos os exageros típicos (possivelmente estrategicamente posicionadas para recuperar os fãs mais desesperados depois de “Seasons” e que não perdoariam mais uma mudança drástica). O disco fecha com “Last Man Stands”, uma faixa extremamente épica e sem um minuto sequer para respirar, e a ótima versão acústica de “Seasons”, que ficou praticamente irreconhecível (e as más línguas podem pensar que eles a batizaram assim por não ter arranjado nenhuma letra que encaixasse).

Letras clichês e rimas pobres e repetitivas? Confirmado. Velocidade absurda e guitarras impossíveis de serem reproduzidas ao vivo? Confimado. Vocal agudo e refrão épico perfeito para ser cantado nos shows com os fists in the air? Confirmado. Títulos galhofas? Confirmado. Precisa de mais alguma coisa para soar genuinamente DragonForce? Não, definitivamente não. E mesmo os momentos que a banda toca um Power Metal mais tradicional ainda são bem legais de se ouvir e por mais esquisita que a voz de Marc Hudson possa soar a primeiro instante, você rapidamente se acostuma ao longo do álbum e percebe que o jovem vocalista tem uma voz igualmente perfeita para a proposta do DragonForce.

Sim, haters de Power Metal, passem longe. Nostálgicos, ouçam sem moderação.

01. Holding On
02. Fallen World
03. Cry Thunder
04. Give Me The Night
05. Wings Of Liberty
06. Seasons
07. Heart Of The Storm
08. Die by The Sword
09. Last Man Stands
10. Seasons (Acoustic Version)

Lineup:

Marc Hudson – Vocal
Herman Li – Guitarra
Sam Totman – Guitarra
Frederic Leclercq – Baixo
Dave Mackintosh – Bateria
Vadim Pruzhanov – Teclado

Nota 9

The Power Within DragonForce

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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