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Dol Ammad – “Cosmic Gods: Episode I – Hyperspeed”


Projeto formado pelo tecladista grego Thanasis Lightbridge em 2000, o Dol Ammad é uma das poucas bandas realmente inusitadas de Metal surgidas na última década: a proposta aqui é misturar Power e Prog Metal com Opera e música eletrônica, como se fosse um encontro muito peculiar entre Therion com Jean Michel Jarre e Vangelis (citados como as duas maiores influências da banda), acompanhado de um coral com quatorze (isso mesmo, quatorze) vocalistas.

“Cosmic Gods: Episode I – Hyperspeed” é o terceiro álbum do Dol Ammad, lançado pela sua própria gravadora, a Electronic Art Metal, e apresenta um dos mais belíssimos trabalhos de arte do ano até agora.

Arranjos sinfônicos mesclados com efeitos eletrônicos já abrem o disco em “Magus Invicta”, música que cresce gradativamente e soa como uma versão épica-futurista do Therion, mas sem um vocalista propriamente dito, contando apenas com os corais. E a semelhança com a banda de Christofer Johnsson aumenta ainda mais na cadenciada “Noctis Labyrinthus” e na quase Sabbathica “Golden Phantasma”, que no fim das contas parece muito uma espécie de “Doom Metal Sinfônico Eletrônico”. Voltando às nuances Power Metal, “Titan Warriors” segue alguns clichês bem Rhapsodianos, o que acaba agregando em muito à música, principalmente pela forma com que os efeitos foram sutilmente encaixados em meio aos riffs e orquestrações, enquanto que em “Xenocide”, os sons artificiais assumem completamente o controle.

Com um forte acento mais pesado, “Stargate Pyramid” (não deve ser uma terrível coincidência esse título) conta com interessantes mudanças de andamento apresenta duas partes bem distintas: uma “remixada”, pronta para consumo, e o encerramento, totalmente Heavy Metal. E por falar em Metal, os riffs e velocidade predominam também na faixa título “Hyperspeed”, em mais um ótimo momento do disco, assim como “Supernova”, aonde os elementos eletrônicos atingiram um perfeito equilíbrio em relação aos mais convencionais. A banda também atinge resultados bem satisfatórios com “Caravan Of Mars”, utilizando esses efeitos para catalisar o clima épico da música, construído pelos corais e arranjos sinfônicos. A “balada”, construída totalmente com uma espécie de “orquestra eletrônica” impressiona mais uma vez pelo equilíbrio e pela forma com que as infinitas camadas sonoras se encaixaram, resultando em um belo encerramento.

Ouvir esse disco do Dol Ammad é como colocar um jogo de videogame no melhor estilo “Guerras-intergaláticas-pós-apocalípticas-épicas-futuristas”. Apesar da clara e óbvia influência do Therion, a proposta não para por aí, pois tudo soa eletrônico, moderno, somente com os corais operísticos cantando o conceito do disco, o que torna a experiência interessante e única atualmente. Evidente é algo que os mais ortodoxos não vão gostar logo de cara e nem é um álbum que necessita de análises profundas ou uma atenção redobrada na hora de ouvir, principalmente se considerarmos que mesmo com toda a riqueza de detalhes, as faixas entram bem rápido na mente do ouvinte, mesmo soando repetitivas em alguns aspectos. E além de tudo isso, é uma ótima trilha sonora para musicar uma “balada Metal” sem apelar para remixes enfadonhos e bizarros.

“Cosmic Gods: Episode I – Hyperspeed” Dol Ammad

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Tracklist

01. Magus Invicta
02. Noctis Labyrinthus
03. Golden Phantasma
04. Titan Warriors
05. Xenocide
06. Stargate Pyramid
07. Hyperspeed
08. Supernova
09. Caravan Of Mars
10. Seeds Of Life

Lineup

Thanasis Lightbridge – Teclado / Sintetizador / Samples / Efeitos eletrônicos
Dimitris Makrantonakis – Guitarra
Jimmy Wicked – Guitarra
Nick Terry – Baixo
Alex Holzwarth – Bateria
Vicky Alexaki – Vocal (Alto)
Maria Stolaki – Vocal (Alto)
Yannis Tsalouhidis – Vocal (Baixo)
Kyriakos Chouvardas – Vocal (Baixo)
Petros Moraitis – Vocal (Baixo)
Anestis Papageorgiou – Vocal
Sofia Patsi – Vocal
Mary Palaska – Vocal
Konstantina Strani – Vocal
Kortessa Tsifodimou – Vocal (Soprano)
Alexandros Barmpas – Vocal (Tenor)
Themis Mpasdekis – Vocal (Tenor)
Panos Iaboultakis – Vocal (Tenor)
Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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