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Demon Hunter – “True Defiance”


Formado pelos irmãos Clark no ano de 2000, o Demon Hunter nunca escondeu o seu direcionamento cristão (ainda que eles consigam compor músicas nesse tema de forma bem sutil), desde o início da carreira como Nu Metal e vem evoluindo ao longo dos cinco discos lançados até agora.

A evolução natural de um álbum para outro é notável e em “True Defiance” a banda parece novamente tentar arriscar com novos elementos, deixando um pouco de lado o Nu Metal e caindo totalmente no Metalcore e no Hard Rock, produzido por Aaron Sprinkle e mixado pelo grande Jason Suecof.

Com generosas doses de Heavy Metal oitentista, o Metalcore típico do Demon Hunter soa melódico e completamente remodelado em “Crucifix”, que aliado ao ótimo groove de algumas passagens é uma voadora na cara do ouvinte, principalmente pelo contraste com o último álbum “The World Is A Thorn”, um disco direto, pesadíssimo e seco. Mais melodia dita a ótima “God Forsaken”, com jogos de vocais bem variados e riffs intrincados, enquanto “My Destiny” se aproxima (e muito) do MeloDeath sueco na linha do In Flames e “Wake” parece com uma versão ainda mais americanizada do Soilwork, além de boas doses de Nu Metal. A power-ballad belíssima “Tomorrow Never Comes” é digna de fazer o ouvinte colocar a mão na cabeça, de tanto feeling que transborda dos alto-falantes, daquele tipo que não apela pro melodrama e bem característico de bandas americanas pós 2000. Retomando o peso e o groove, “Someone To Hate” lembra bastante os seus conterrâneos do As I Lay Dying e All That Remains, enquanto “This I Know” carrega na sua essência muito do que foi feito pelos americanos na década de 90, principalmente a geração Fear Factory, com ritmos quebrados e mecânicos.

Após o interlúdio acústico “Means To An End”, a intrincada e pesadíssima “We Don’t Care” fica em algum lugar entre o Disturbed, o Slipknot e o Ill Niño, enquanto a carregadíssima e atmosférica “Resistance” injeta melodias de forma bem diferente no álbum (os berros de protesto ao fundo encaixaram perfeitamente). Encerrando a versão regular do disco, “Dead Flowers” é mais uma balada com forte acento Pop, que no ritmo Hard Rock da faixa também atingiu resultados mais do que satisfatórios. A versão deluxe de “True Defiance” vem com duas faixas bônus: “What Is Left” e “I Am A Stone”. Na primeira a banda deixa completamente de lado as suas influências Metalcore e investe em uma música midtempo, arrastada, bem legal, e a segunda, completamente orquestrada. Em todo caso são duas músicas completamente fora do padrão Demon Hunter e a banda obtém um resultado não menos do que incrível.

“True Defiance” é um disco coeso, equilibrado, aonde cada uma das faixas (mesmo as bônus) conseguem desempenhar um papel importante dentro do contexto do álbum e em nenhum momento soam desnecessárias ou cansativas. A dose extra de melodia injetada em cada música é surpreendente, os versos são extremamente característicos e os refrões mantém aquela qualidade que com certeza coloca Ryan Clark acima da média, desde o debut em 2002. Um álbum não apenas aqueles que ouvem Metalcore ou seguem os ideais cristãos da banda: tudo nesse disco soa universal, agradável, dinâmico, fruto de uma banda experiente e sem medo nenhum de arriscar (ainda que de forma sutil) em novas sonoridades. Desprenda-se de alguns preconceitos e aproveite mais um dos grandes álbuns de 2012.

01. Crucifix
02. God Forsaken
03. My Destiny
04. Wake
05. Tomorrow Never Comes
06. Someone To Hate
07. This I Know
08. Means To An End
09. We Don’t Care
10. Resistance
11. Dead Flowers
12. What Is Left
13. I Am A Stone

Lineup:

Ryan Clark – Vocal
Patrick Judge – Guitarra
Jeremiah Scott – Guitarra
Jon Dunn – Baixo
Timothy Watts – Bateria

Nota 10

True Defiance Demon Hunter

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

Uma resposta para “Demon Hunter – “True Defiance””

  1. Caio disse:

    Cara, curti muito esse álbum deles, acho que foi o melhor que eles já lançaram.

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