Tommy
Lançado em 1969, a obra conceitual “Tommy” não é apenas um dos maiores álbuns de Rock da história, mas um marco em todo o estilo. Considerado aquela que é a primeira “Rock Opera”, o álbum duplo foi composto basicamente pelo guitarrista Pete Townshend, contando a história de um garoto cego, surdo e mudo que se torna uma espécie de messias. O trabalho alcançou tamanho sucesso que já virou peça de ópera, musical, teatro e até mesmo um filme.
Musicalmente falando, é uma das mais intrincadas e complexas obras da banda, tamanha a quantidade de instrumentos utilizados e a sua participação (alguns deles tocam em apenas um trecho de determinada música), talvez um reflexo do próprio conceito na história do álbum, baseado nas idéias de Townshend e seus estudos sobre Meher Baba e alguns outros escritos sobre a iluminação do ser-humano.
Os personagens que aparecem no decorrer do álbum são:
- Tommy: O personagem principal, cego, surdo e mudo.
- Pai/Captain Walker: O pai de Tommy.
- Mother/Mrs Walker: A mãe de Tommy.
- The Lover: O namorado de Mrs Walker antes do retorno do Captain Walker.
- Uncle Ernie: Tio de Tommy, um pedófilo.
- Cousin Kevin: Primo de Tommy, um típico valentão que abusa dele.
- The Hawker: O cafetão.
- The Gypsy: Uma prostituta que tenta curar Tommy com drogas e sexo.
- The Local Lad: O campeão local de…. pinball (?).
- The Doctor: O médico que descobre que os problemas de Tommy são psicológicos e não físicos.
Mas enfim, vamos à história…
01) Overture
O álbum se inicia falando de Captain Walker ligeiramente, na verdade apenas sobre o fato de ele não ter voltado para casa. Acreditam que ele esteja morto e nunca poderá o seu filho que está prestes a nascer.
02) It’s A Boy
Tommy nasce, a enfermeira anuncia a Mrs Walker que é um garoto (sim, óbvio, eu sei).
03) 1921
Captain Walker volta para casa e encontra a sua esposa e seu filho vivendo com outro homem (“The Lover”). A beleza da música esconde toda a brutalidade por trás da letra, já que o pai de Tommy mata o homem que vivia com Mrs Walker na frente dele. Sendo assim, eles pressionam Tommy a guardar esse segredo, iniciando os problemas do garoto, que nesse momento se torna cego, surdo e mudo (“You didn’t hear it, You didn’t see it, “You won’t say nothing to noone”).
04) Amazing Journey
Tommy entra em um estado semi catatônico, e passa a construir um mundo dentro de sua própria cabeça, diferente da realidade. Em seus delírios (ou seria meditação?), Tommy visualiza um sujeito vestido de prata e com uma barba dourada que vai quase até o chão, sendo que esse seria o seu “guia” em sua jornada de iluminação.
05) Sparks
Instrumental, apenas para representar o tempo passando e o fato de que Tommy passa a reconhecer os estímulos físicos como música (segundo o próprio Townshend).
06) The Hawker (Williamson)
Introdução a figura do The Hawker, onde ele fala da capacidade de suas “garotas” em curar os doentes.
07) Christmas
Durante o Natal, os pais de Tommy, preocupados com o fato de ele não ser uma criança “normal” e não ter uma religiosidade desenvolvida. Nesse ponto é falado que ele fica distante das outras crianças, apenas jogando pinball (fato importante para a história mais adiante). As intensas repetições do trecho “Tommy can you hear me?” demonstram como os pais lidavam com a situação dele, em contrapartida, Tommy fala com uma certa dose de desespero “See me, feel me, touch me, heal me”.
08) Cousin Kevin
A introdução de mais um personagem, do primo valentão de Tommy, Kevin, um típico praticante de bullying na escola, e talvez seja um dos trechos mais tristes da história, descrevendo todos os mau-tratos sofridos pelo personagem quando estão sozinhos.
09) Acid Queen
Tommy é então levado para junto de The Gypsy, a prostituta que o envolve no mundo das drogas e do sexo, em uma tentativa de curá-lo da sua “doença” e fazê-lo voltar a consciencia. Evidentemente, o tratamento não procede como deveria.
10) Underture
Fechando o lado-B do primeiro disco, Underture é mais uma passagem instrumental, com mais de 10 minutos.
Bom, para não ficar muito grande, a continuação irá ao ar na quarta-feira, certo?
Espero que tenham gostado.
Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.
Adorei essa nova coluna e achei esse post até agora o melhor do blog, conheço a pouco tempo essa obra do The Who e já é um dos meus albuns preferidos e não sabia ao certo sua história completa. Muito bom mesmo, esperando a continuação!
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