Progcast - Sua Dose Semanal de Rock Progressivo

The Wall


Muito tempo desde que essa coluna ficou adormecida, por causa de malditos compromissos acadêmicos, já que essa é a que demanda mais tempo e trampo pra ser escrita, tamanha a quantidade de detalhes. Bom, pra voltar então, nada mais justo que analisar a fundo o conceito por trás de uma das maiores obras já feitas: “The Wall”, no nosso querido Pink Floyd. Particularmente, esse é o meu álbum favorito dos ingleses (contrariando os defensores do The Dark Side Of The Moon), então, pra mim é uma escolha mais do que óbvia.

Resumidamente, o trabalho gira em torno do isolamento pessoal, abordando diversos assuntos que podem estar ligados à essa questão. Escrito por Roger Waters, o personagem Pink é basicamente um reflexo auto biográfico do baixista, impulsionado pela vontade que o mesmo sentia de se isolar do público durante as apresentações, principalmente na “In The Flesh Tour”, em 1977.

Obs.: Eu não sou nenhum freak em Pink Floyd, então, qualquer correção ou informação adicional (com certeza tem várias), postem nos comentários.

01. In The Flesh

O teatral crescendo que abre o álbum é a introdução para o próprio Pink se apresentar e começar a contar a sua história (algo como em “Memórias Póstumas de Brás Cubas” – comecem as pedras), explicando que apesar de tudo o que aconteceu na sua vida, o ouvinte deve analisar sob o ponto de vista do próprio personagem (behind these cold eyes), mas que isso só será possível se ele conseguir enxergar por trás de todos os disfarces. Ou seja, open your mind, expand your senses ;D. Os barulhos de bombas ao fundo dão a pista sobre o que aconteceu com o pai de Pink e o choro de bebê marca o momento do seu nascimento.

02. The Thin Ice

A infância de Pink, “The Thin Ice” representa os últimos resquícios da inocência que toda criança tem, geralmente antes de ter uma real noção do que acontece no mundo ao seu redor. Também trata de como a guerra pode influenciar psicologicamente não apenas que estiveram ou viveram ela, mas também as gerações descendentes.

03. Another Brick In The Wall Part 1

Esse é o momento em que o personagem Pink vai ficando mais velho e começa a ter uma real consciência do mundo. Ao descobrir que o seu pai morreu na guerra, ele é tomado por uma tristeza profunda (refletido no andamento da própria música) e começa aí a construção do muro de isolamento. De acordo com o próprio conceito do álbum, cada fato em sua vida, é um tijolo a mais no muro (sacaram?).

04. The Happiest Days Of Our Lives

Pink é mandado para uma escola, onde os professors são um bando de filho da put*, que maltratam e humilham os alunos, tanto fisica quanto psicologicamente… (O título e a letra tem uma ironia inglesa tão carregada que o sentimento passado pela música é perfeito)

05. Another Brick In The Wall Part 2

Depois de todos os abusos cometidos pelos professors, Pink sonha com todos os seus colegas protestando contra o comportamento deles, uma revolução.

06. Mother

O diálogo entre Pink e sua mãe revela algumas coisas sobre o relacionamento deles: os temores de uma criança comum, o fato de não ter um pai ali junto, uma mãe superprotetora, que quer que o filho esteja sempre ao seu lado e protegido do mundo lá fora, ajudando-o a construir o seu próprio muro.

07. Goodbye Blue Sky

O início do lado B do primeiro disco remete ao ataque alemão contra os ingleses na Segunda Guerra (aos mais aficcionados, o famoso The Blitz), em que o céu azul de diversas cidades foi invadido por vários aviões lança-bombas. Essa mudança marca o período de passagem de Pink da criança para a fase adulta…

08. Empty Spaces

…quando ele já está casado. Porém, devido ao seu isolamento, os problemas com a sua mulher são constantes, aliado ao fato do seu trabalho (sim, ele tem uma banda) fazer com que necessite viajar sempre (barulhos de aeroporto no início). Os “Empty Spaces” são os buracos ainda presentes no seu muro, e nesse momento ele começa a pensar em como fará para tapá-los.

09. Young Lust

Pink se torna um rockstar e começa a viver aquela vida de vícios em drogas, luxúria, sexo desenfreado e tudo mais que vem no pacote, ficando meses sem ver a sua esposa. Porém, certo dia, ele descobre que ela está tendo um caso com outra pessoa, o que, aliado ao seu estilo de vida, acabou acelerando os piripaques mentais que ele já tinha…

10. One Of My Turns

Frustrado com o fato de ser traído, Pink chama uma de suas groupies para o quarto de hotel, mas acaba se isolando da situação, pensando apenas em sua esposa. Depois de um tempo, ele explode em um momento de fúria, destruindo todo o quarto e depois em um momento de insanidade pura e sarcástica (tipicamente inglês). Quando a garota foge assustada, ele começa a ter pena de si mesmo.

11. Don’t Leave Me Now

As duas partes desta música refletem a instabilidade do personagem Pink: após não conseguir superar o fato de ser traído, começa a entrar em depressão, implorando para que a sua esposa não lhe abandone. Em seguida, porém, contrariado por ela, é tomado de uma súbita raiva, e acha que a solução é humilhá-la e espancá-la em público (refletindo sobre pessoas que não suportam a presença um do outro, e mesmo assim não querem se separar).

12. Another Brick In The Wall Part 3

Totalmente desolado, Pink chega a conclusão que não precisa de mais ninguém e que está na hora de fechar o muro ao seu redor por completo, considerando todas as pessoas pessoas apenas como tijolos no muro…

13. Goodbye Cruel World

…e assim ele o faz.

O primeiro LP termina aqui, e como a história tá grande demais, deixemos para semana que vem…

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

7 respostas para “The Wall”

  1. Marcelo disse:

    Excelente resenha, aguardo ansioso o resto, bem como o progcast marillion "Era Hogarth".

    Abraço.

  2. The C disse:

    Eu prefiro o Wish You Were Here, mas o The Wall está em segundo lugar. Espero ansiosamente o resto da resenha, essa primeira parte foi fantástica.

  3. Ana Clara disse:

    Tipooo, eu adoro dmaais the wall, mas pra mim Wish You Were Here é simplesmente incomparel, na vdd tudo que se refere aoo Pink Floooyd é incomparaveel, só axoo um desaforo essas baandaas de hj, mas prefiro nem me referir a elaas, elaas não mereeceem que percamoos nosso tempo coom elas e seeu começaar a faalar a indignação chega a um pooonto maximo e da voontade de saaair acabandoo coom toodaas elaaas !!!!

  4. Ana Clara disse:

    Entãoo, eu axoo que poderiam seer colocadas infoormações sobre Wish You Were Here, ai vão algumaas cooisinhas que eu seei : o tema central do album é a ausencia, que remete ao afaastamento de Syd Barrett da baanda devido ao uso de LSD o genio compositor, guitarrista, vocalista e um doos fundadorees da banda, acaboou se afaaastando da baanda aos pooucoos. A idéia inicial não era afastar Barrett definitivamente mas a situação acaboou poor ficar insustentáveel, tudo no album Wish you were here remete a uma falsa presença desde a foto do album até as magnificaas composições que compõe o album. beeem até teeem mais cooisa ( mto mais cooisa) mas axoo que ja da pra entendeer um poouquinhoo, Aaaaah, senão me engano o album fooi lançado em 15 de setembroo de 1975.

  5. Arthur disse:

    Curti, excelente pra entender mais detalhadamente a história do Pink.

  6. Muito bom! Vou ler o 2 agora.

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