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Chickenfoot – “III”


Na onda dos supergrupos que têm surgido recentemente, formado por músicos de várias bandas clássicas, surgiu o Chickenfoot, por ninguém mais ninguém menos do que Sammy Hagar, Michael Anthony (ex-Van Halens), Joe Satriani e Chad Smith (Red Hot Chili Peppers). O álbum debut deles, de 2009, foi um sucesso de crítica e vendas, principalmente pelo resgate do Hard Rock oitentista, com cada compositor incluindo um pouco da sua marca nas músicas.

Dois anos depois, a banda anuncia que lançaria mais um álbum, inicialmente chamado “Chickenfoot IV”, e depois “Chickenfoot III” (o que continua não fazendo nenhum sentido, pois é o 2º álbum deles), produzido pela banda em conjunto com Mike Fraser e lançado no dia 27 de setembro pela eOne Music / earMUSIC e pela Hellion Records no Brasil (em digipack 3D acompanhada de um óculos).

O Hard dançante de “Last Temptation” já agrada de imediato, com as ótimas melodias de Satriani e um Sammy Hagar em ótima forma vocal, bem versátil e não devendo em nada para o que fazia décadas atrás (como alguns outros vocalistas menos preparados sofrem). E a humilhação musical continua com a ótima “Alright, Alright”, que consegue soar oitentista e moderna ao mesmo tempo (aliás, nem é preciso citar a qualidade dos solos de guitarra, suponho), enquanto “Different Devil” traz um forte sopro de Southern e até um quê de Country aqui e ali, em uma balada que é um dos grandes destaques do álbum. O clima Hard Rock retoma com a cadenciada “Up Next”, com um dos riffs mais inspirados de Satriani e uma forte levada Funkeada, e “Lighten Up”, transportando novamente o ouvinte para o início da década de 80.

Aliás, ainda nos anos 80, a balada “Come Closer” mantém o pé nessa época, principalmente pela ambientação criada pelas linhas guitarra e as partes de vocal dobrado, e voltando com tudo em “Three And A Half Letters”, a música mais pesada do disco e com uma letra muito interessante, e “Big Foot”, com seu ritmo único, que tem todos os elementos necessários para criar um clássico da banda: riff pegajoso, verso pegajoso, solo pegajoso e um refrão que gruda no seu cérebro já na primeira audição. E falando de ritmo, “Dubai Blues” vem em seguida e, bem é óbvio o que se espera dessa música, certo? E considerando o gabarito dos músicos aqui, é mais um grande momento do disco, junto com o encerramento de “Something Going Wrong”, resgatando novamente um toque Southern/Country e fechando o trabalho de uma maneira que o ouvinte fica apenas prestando atenção e contemplando a música.

Particularmente, nunca havia prestado muita atenção no Chickenfoot por dois motivos: aversão ao Van Halen (mais à pessoa do que à banda) e aos guitar-heros (mesmo achando o Satriani o mais Mr Nice Guy entre eles). Porém, esse segundo álbum do Chickenfoot veio para queimar a língua de algumas pessoas (assim como da minha), pois o trabalho que eles entregam aqui é de qualidade incomparável, um álbum extremamente dosado, equilibrado e que, se não preza exatamente pela simplicidade, foca na funcionalidade de cada música, de forma que todas elas tenham passagens memoráveis, fazendo o ouvinte ter vontade de ouvir o disco de novo, e de novo, e de novo.

Um dos grandes lançamentos de 2011, principalmente para aqueles que preferem ouvir música para se divertir, e não para discutir.

01. Last Temptation
02. Alright, Alright
03. Different Devil
04. Up Next
05. Lighten Up
06. Come Closer
07. Three And A Half Letters
08. Big Foot
09. Dubai Blues
10. Sonething Going Wrong

Line-up

Sammy Hagar – Vocal
Joe Satriani – Guitarra
Michael Anthony – Baixo
Chad Smith – Bateria

Músicos convidados

Mike Keneally – Piano / Órgão
Monique Creber – Backing Vocal
Joani Bye – Backing Vocal
Linda bye – Backing Vocal

Nota 9

P.R.: Quem ainda não viu, o nosso parceiro Diogo Salles, do Tungcast, entrevistou o Joe Satriani recentemente para o Estadão. Confira aqui a excelente matéria

Lançamento Chickenfoot – “III” Hellion Records. Para acessar a loja virtual e comprar o disco, clique aqui.

III Chickenfoot

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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