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Charred Walls Of The Damned – “Cold Winds On Timeless Days”


O dream team (mais um!) do Heavy Metal atual formado por 3 ex-membros do Iced Earth mais o grande guitarrista Jason Suecof volta com o seu segundo álbum, cerca de um ano depois do ótimo debut auto-intitulado, com doze faixas e um trabalho muito mais cuidadoso na parte visual da coisa.

Produzido pelo próprio guitarrista no Audiohammer Studios e lançado via Metal Blade Records em outubro desse ano, é um álbum que firma o som característico que eles estão se propondo a desenvolver, ao mesmo tempo que deve ser analisado sob uma perspectiva mais fria, para evitar de classificarmos como perfeito apenas por causa do time envolvido aqui.

O Heavy Metal cadenciado de “Timeless Days” abre o álbum de forma meio inusitada, lembrando um pouco os momentos mais relaxados do Iced Earth com Owens nos vocais. Muito diferente do debut, parece que falta um punch na música como um todo, tanto que nem chega a empolgar e não tem força suficiente para puxar o resto do disco. “Ashes Falling Upon Us” tenta, mas não chega a puxar o clima pra cima, nem tanto pelo instrumental, mas pela voz do próprio Tim Owens, que soa deveras sem vontade de cantar nenhuma. Cadê os berros? Cadê os agudos? Cadê aquele fôlego? Bom, por sorte, tudo volta nos eixos na extrema “Zerospan”, com seus riffs quase Death Metal e gritos ensandecidos de Owens, uma música pesadíssima e variada, enquanto “Cold Winds” tem um clima todo arrastado, lento, mas funcional, no fim das contas. Não a toa, “Lead The Way” traz alguns sopros da complexidade instrumental do Death (a banda) e muito do legado do estilo deixado por Chuck Schuldiner, em meio ao Heavy Metal mais tradicional do Charred Walls Of The Damned (explicado quando vemos que Richard Christy é o grande compositor desse álbum), resultando em uma das melhores da banda. E o ritmo técnico continua ditando o andar da carruagem com “Forever Marching On”, aonde o maior destaque é Steve DiGiorgio, incontrolável nas linhas de baixo.

“Guiding Me” vem em seguida, tentando manter o nível do álbum lá em cima, e tirando algumas escorregadas no refrão, não compromete, principalmente porque “The Beast Outside My Window” puxa bruscamente para o alto. Não se engane com os bonitos dedilhados na introdução, pois até um requintado blastbeat essa música ganhou na pancadaria Power Metal. “Unclean Ground”, mais uma demonstração do virtuosismo dos músicos do projeto, não chega a ser um completo destaque no tracklist, o mesmo acontecendo com “Bloodworm”, sendo apenas duas faixas ok. E, ladeira abaixo, “Admire the Heroes” chega a ser uma música broxante, com uma intro, um verso e uma ponte muito legal, mas um refrão que imediatamente quebra todo o clima da faixa. Seria um final decepcionante, e ele não o é por pouco, graças à boa “Avoid The Light”, que mesmo sem nenhum atrativo a mais, fecha bem o álbum.

Considerando o gabarito dos músicos que integram o CWOTD, o disco chega a ser até um tanto quanto decepcionante, principalmente se comparado com o debut autointitulado deles. Evidentemente temos algumas fagulhas de passagens ótimas, geniais, uma mistura do instrumental perfeitamente executado do Death com uma atmosfera e vocais bem Heavy Metal, mas grande parte do álbum não passa de simplesmente OK, algo que passaria até despercebido se lançado por uma banda não conhecida ou com essas pessoas envolvidas. Não que seja ruim, claro, dá pra ouvir tranquilamente, mas não é nada que vai mudar a vida de alguém, ao contrário de outros trabalhos já lançados por esses caras.

Quem sabe nos próximos álbuns, ahn?

01. Timeless Days
02. Ashes Falling Upon Us
03. Zerospan
04. Cold Winds
05. Lead The Way
06. Forever Marching On
07. Guiding Me
08. The Beast Outside My Window
09. On Unclean Ground
10. Bloodworm
11. Admire The Heroes
12. Avoid The Light

Lineup:

Tim “Ripper” Owens – Vocal
Jason Suecof – Guitarra
Steve DiGiorgio – Baixo
Richard Christy – Bateria

Nota 7

Cold Winds On Timeless Days Charred Walls Of The Damned

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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