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Caliban – “I Am Nemesis”


Fugindo um pouco do convencional, o Caliban é uma banda alemã fundamentalmente de Metalcore, que ao longo dos anos conseguiu agregar os mais diversos elementos que o tornaram um dos membros do panteão do estilo, sendo citadas por diversas outras como influência primordial.

Com oito álbuns na discografia, “I Am Nemesis” é considerado pelos músicos o trabalho mais heterogêneo, aonde eles incluíram os mais diversos elementos, das melodias do Metal tradicional ao groove Meshuggiano. Produzido por Benny Richter e o guitarrista Marc Görtz, o disco conta com participação dos vocalistas do Heaven Shall Burn, Suicide Silence, The Mercury Arc, além dos vocaisl impôs de Christoph Koterzina.

“We Are The Many” abre o disco do melhor jeito possível: rápida, sem parada, e que deixa dúvida sobre o quão “Metalcore” pode ser classificado o Caliban. Antes de mais nada, as letras aqui saem um pouco do convencional e não ficam presas aos temas de relacionamentos não sucedidos, assim como o instrumental, que mais lembra as bandas européias surgidas no começo dos anos 2000 na Europa, altamente influenciadas pelo Metal americano da década de 90 (Fear Factory e afins). “The Bogeyman” traz a banda para um terreno mais conhecido, puxando mais para os “Cores”, mas de uma forma bem equilibrada entre o peso e os efeitos eletrônicos e orquestrais (sim, isso mesmo), algo que a maioria das bandas novas não têm conseguido dosar de forma eficiente. “Memorial” segue uma linha mais melódica, cadenciada, apostando em boas mudanças de andamento e vocais limpos (o timbre de Andreas Dorner, aliás, é bem agradável, ao contrário daqueles que preferem soar como adolescentes cheios de autotune), enquanto “No Tomorrow” chega até a aproximar o som de um MeloDeath modernizado. “Edge Of Black” retoma o Metalcore, com doses extras de peso e um jogo de vozes excelente, principalmente no refrão, basicamente os mesmos moldes de “Davy Jones”.

Em seguida, a música mais pesada do disco, “Deadly Dream”, novamente puxada para o MeloDeath (no melhor estilo sueco) e com toques Hardcore aqui e ali, que a tornam um ponto fora da curva na audição, como se fosse uma banda completamente diferente, enquanto “Open Letter” lembra bastante as bandas americanas mais “clássicas” do estilo, como All That Remains e As I Lay Dying. “Dein R3.ich” por outro lado, é uma música bem caótica, que esbarra levemente em passagens Djent e Industrial, assim como na (um pouco) mais melódica “Broadcast To Damnation”. A balada “The Oath” é uma belíssima música, mas que soa mais como uma pessoa desesperada, contrastando muito legal os berros cheios de efeitos com os arranjos de teclado, um resultado muito legal que não cai no melodrama corriqueiro. Encerrando o álbum, “Modern Warfare” é uma pedrada com riffs e passagens bem Thrash Metal em meio ao Metalcore predominante, e aquele refrão que permanece por horas na mente, em loop infinito.

Cumprindo o prometido, “I Am Nemesis” é um álbum variado, rico nos detalhes e, por incrível que pareça, apesar do caos iminente, é extremamente agradável de se ouvir: sem apelar para letras de conteúdo duvidoso ou instrumental incompreensivelmente brutal, a palavra chave aqui é equilíbrio, e mostra como a experiência é importantíssima para a banda sair do mar de mesmice que algumas vertentes se encontram ultimamente.

01. We Are The Many
02. The Bogeyman
03. Memorial
04. No Tomorrow
05. Edge Of Black
06. Davy Jones
07. Deadly Dream
08. Open Letter
09. Dein R3.ich
10. Broadcast To Damnation
11. This Oath
12. Modern Warfare

Lineup:

Andreas Dörner – Vocal
Denis Schmidt – Guitarra / Vocal limpo
Marc Görtz – Guitarra
Marco Schaller – Baixo
Patrick Grün – Bateria

Nota 9

I Am Nemesis Caliban

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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