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Blink-182 – “Neighborhood”


Se você acompanhava o que estava rolando na música (Pop ou não) lá pelos idos de 2003 e 2004, com certeza se lembra das incessantes vezes que as músicas do Blink-182 tocavam na TV e no rádio, sem contar os adolescentes tocando aquela linha infernal no violão a todo o momento. Enfim, dessa época pra cá, a banda entrou em hiato, lançou uma coletânea, alguns projetos solo e por fim se reuniu em 2009 para começar a excursionar e gravar um novo álbum.

Em 2011, eles voltam como aquela banda que foi considerada a mais influente no seu estilo na década de 90, e lançando o álbum “Neighborhoods” (já multiplatinado), pela primeira vez autoproduzido, aonde eles puderam explorar diferentes técnicas e prometeram algumas coisas novas sem fugir do lado Pop. E então…

Uma levada cadenciada de bateria e… teclado (?) abrem o disco com “Ghost On The Dance Floor”, um Pop Punk que lembra incomodamente o Weezer do “The Red Album” pra cá sem nada de muito novo, além da atmosfera que o teclado cria ao fundo (bem ao fundo). E perdoe-me você que está lendo isso, mas ao ouvir a introdução de “Natives”, a primeira coisa que me veio à cabeça foi “Iron Maiden fase Blaze??”. Evidentemente, disso não tem nada, já que a música é mais um Punk dos mais diretos, com uma alternância de vocais bem legal e uma bateria digna de nota. “Up All Night” e “After Midnight”, em seguida, já mostram um lado mais melódico, lembrando um pouco o que o Sum 41 e o My Chemical Romance fizeram nos seus últimos álbuns, ainda que sem o requinte destes dois (o Blink ainda soa MUITO como uma banda adolescente). “Snake Charmer”, ao seu modo, é uma daquelas que pedem por um remix eletrônico e mesmo um pouco “soturna” se comparada ao que já rolou até aqui, não tem grandes atrativos, ao contrário da “suíte” (de 5 minutos) “Heart’s All Gone”, extremamente nostálgica, é impossível não se lembrar da época em que se podia ficar o dia inteiro jogando “Tony Hawk’s Pro Skater” no PlayStation, sem maiores preocupações.

E o clima nostálgico continua com “Wishing Well”, descompromissada e sem nada de novo, mas cumpre bem o seu papel, enquanto “Kaleidoscope” faz o caminho inverso e tenta buscar um pouco do Rock Alternativo, com um resultado bem legal, enquanto os efeitos em “This Is Home” fazem com que a banda soe como uma mistura muito esquisita entre Muse e CPM22 (só ouvindo pra entender!). “MH 4.18.2011”, por outro lado, claramente é uma ode ao Ramones, com aqueles acordes de sempre e o tom vocal lá embaixo, enquanto “Love Is Dangerous” traz mais ainda do lado alternativo, encerrando o álbum de forma melódica e um clima bem interessante.

A versão deluxe vem com mais dois bônus (além de “Snake Charmer” e “Heart’s All Gone Interlude”, que já apareceram lá em cima): “Fighting The Gravity”, uma música bem esquisita, que praticamente não sai do lugar, e “Even If She Falls”, que, convenhamos, não parece outra música deles mesmo que fez sucesso alguns anos atrás? Ao que tudo indica, sim (mas é legalzinha, apesar disso).

A expectativa sobre esse álbum era consideravelmente grande, se considerarmos o hiato que a banda esteve desde 2003 (falando de álbum com músicas novas) e as diversas promessas que iam sendo feitas sobre a nova sonoridade, as novas influências e o que ocorreu nesse meio tempo. Bom, no fim das contas, é evidente que a banda não mudou nada muito considerável. Talvez as músicas estejam um pouco mais melódicas, até as letras um pouco (quase nada) mais maduras, e claramente eles tentem tocar o seu estilo de formas diferente, o Blink 182 de “Neighborhoods” é a mesma banda e o mesmo Pop Punk de outrora. E quer saber? Nada mal pra um retorno.

Pronto, podem vir com suas tochas, machados e rastelos, gritando “CRUSCIFY!” =]

 

01. Ghost On The Dance Flood
02. Natives
03. Up All Night
04. After Midnight
05. Snake Charmer
06. Heart’s All Gone Interlude
07. Heart’s All Gone
08. Wishing Well
09. Kaleidoscope
10. This Is Home
11. MH 4.18.2011
12. Love Is Dangerous
13. Fighting The Gravity
14. Even If She Falls

Lineup:

Mark Hoppus – Vocal / Baixo
Tom DeLonge – Vocal / Guitarra
Travis Barker – Bateria

Roger Joseph Manning Jr – Teclados

Nota 8

Neighborhood Blink-182

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

Uma resposta para “Blink-182 – “Neighborhood””

  1. Luccas Camilo disse:

    Um disco na media que não cumpre o que foi prometido.

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