Progcast - Sua Dose Semanal de Rock Progressivo

Asia: Neon Art Of The Moment


1982 – Asia

Já nascido como uma das maiores bandas e com label de supergrupo, o Asia foi uma tentativa de manter o Rock Progressivo vivo na década de 80, adaptando todas as megalomanias e virtuosismos da década passada à melodia simplista, descompromissada com mullets e iluminada por neon dessa nova era. A união de Geoff Downes, John Wetton, Steve Howe e Carl Palmer deu origem a uma banda que marcou toda uma década. Pois bem, já que eles eram todos famosos e tal, com vários amigos, não é de se espantar que a arte recebeu um tratamento cuidadoso por parte do grande Roger Dean, principalmente no desenvolvimento do já lendário logo (que forma um triângulo, se vocês perceberam) e já trazendo algo que estaria sempre presente nas capas: um ser ou uma besta mística, acompanhada de um elemento básico da natureza. No caso do debut, temos uma serpente marinha (ou um dragão) emergindo da água. Outro detalhe, é que eu sempre imaginei que aquela esfera metálica era a lua ou algo bizarro no céu, mas um olhar mais cuidadoso mostra que ela está emergindo da água junto com o bicho. Agora o que realmente é, é difícil saber (se abusar, é um jogo de queimada entre serpentes marinhas gigantes… TURUDISH).

1983 – Alpha

Novamente com dedo de Roger Dean, “Alpha” traz mais uma belíssima capa, onde se misturam florestas e um clima todo tropical com uma mega construção futurista ao fundo, ao lado de uma pirâmide gigantesca (aonde está impresso o nome da banda e do álbum). Apesar do clima muito mais pop deste álbum, ele ainda foi muitíssimo bem na questão de vendas, embalado principalmente pelas mela cuecas “Don’t Cry” e “The Smile Has Left Your Eyes”. Atenção especial para o gavião/águia descendo em direção da água aonde supostamente algo está se movimentando… seria um peixe? Talvez a serpente marinha da capa anterior? Ou será que é aonde aterrissou a esfera metálica? Estaria o gavião/águia participando da partida de queimada?

1985 – Astra

Este foi o último álbum da banda com John Wetton até o seu retorno em 2008 (tanto que ele saiu logo depois de terminar a gravação), e que esfriou o ânimo da banda, catapultado pela perda de fama e glória de 3 anos atrás, levando-os a suspender as atividades por um tempo. Nessa parte, Roger Dean retoma ao estilo um pouco mais cósmico e mostra um ser (ou uma… parece feminino) em algum planeta meio deserto e todo roxo. Aí fica a pergunta… repararam na cabeça arredondada? Seria esse ser a esfera que saiu do mar na capa do primeiro álbum? Reparem como a posição dela é de alguém que acabou de chegar ao chão… e vamos lá que tem mais viagem pela frente.

1992 – Aqua

Depois do período de hiato e da coletânea “Then & Now”, a banda retorna com o baixista/vocalista John Payne e o guitarrista Al Pitrelli (que pasmem, tocaria com Savatage e Megadeth futuramente), fechando o line-up com Palmer, Howe e Downes. Esse álbum é o primeiro a não contar com a arte de Roger Dean (apenas no logo), que desta vez ficou a cargo de Rodney Matthews, mostrando um bizarríssimo golfinho com asas voando pelo espaço. Ou seja, o planeta Terra já era. Uma das mais belas capas, diga-se de passagem.

1994 – Aria

Agora sem Carl Palmer (que saiu para se reunir com o ELP) e Steve Howe, Downes resolver continuar a banda com Payne, Pitrelli e o recém contratado baterista Mike Sturgis. Um tanto quanto deslocado nos anos 90, o Asia caia cada vez mais para o underground, longe do glamour de outrora. Novamente, a arte característica de Dean, remetendo aos trabalhos antigos do próprio Yes: paisagens desconexas, psicodélicas e fruto de alucinações, mas ainda assim belíssimas. A única dúvida é o que seria aquilo no fundo: uma construção? Parte de alguma coisa? É difícil…

1996 – Arena

Novamente mudando o line-up, Al Pitrelli foi substituído por Aziz Ibrahim e Elliott Randall nas guitarras, além de modificações na própria temática da banda, deixando um pouco de lado as babaquices cotidianas e dando um tom mais sério em determinados momentos. Com relação a capa, lembram da coisa sobre os elementos, citado anteriormente? Essa capa representa muito bem o elemento TERRA. A propósito, é mais um belíssimo trabalho, com um leão gigante alado, uma figura geralmente representativa da Babilônia, também sinônimo do elemento fogo e trocentas outras coisas. Mas tenho minhas dúvidas se o conceito vai tão longe assim.

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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