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Arch Enemy – “Khaos Legions”


O Arch Enemy sempre foi um queridinho na cena Metal ao entrar no embalo das bandas suecas de Melodic Death Metal, com dois principais diferenciais: a dupla de guitarristas formada pelos irmãos Amott, uma das mais inspiradas do cenário e (mais tarde, ao) ter uma mulher berrando guturais no vocal, algo bem diferente na época.

Depois de lançar 3 discos elogiadíssimos, “Wages Of Sin”, “Anthems Of Rebellion” e “Doomsday Machine”, a banda foi um tanto quanto criticada ao lançar “Rise Of The Tyrant” (que ao meu ver, não deve em nada aos outros), por direcionar o seu som para algo um pouco mais cadenciado e leve, afastando-se um pouco do Death Metal de outrora.

Oitavo álbum da banda, “Khaos Legions” gerou alta expectativa, principalmente pela capa belíssima, o que fez os fãs esperarem pelo disco mais apocalíptico e anárquico da banda. Bom, não é bem assim também…

“Khaos Overture”, tipicamente irmãos Amott é a introdução para a tipicamente “Yesterday Is Dead And Gone”, música que mais parece uma colagem de riffs que sobraram dos últimos álbuns (inclusive com melodias que deixam uma estranha sensação de dejavu), soando no fim das contas meio perdida, sem empolgação e fraca para abrir o disco. “Bloodstained Cross”, em seguida, remete incomodamente a músicas do “Doomsday Machine” e mostra até um lado mais melódico, mas o refrão novamente não consegue dar o punch necessário, até por que os próprios riffs não se encaixam naturalmente de uma passagem para outra, como ocorrem também em “Under Black Flags We March”, mais cadenciada, como uma boa 4ª faixa, mas é daquelas que anda, anda e não sai do lugar. Com exceção dos solos (que estão bem lentos e limpos demais), o começo do disco passa extremamente batido e ainda deixa um rastro de estranheza. Logo depois, apesar de “No Gods, No Masters” não trazer nada de novo, é um dos destaques do disco, e poderia até ter estado em qualquer outro álbum do Arch Enemy, enquanto “City Of The Dead” parece mais como uma tentativa frustrada de soar como Nevermore, entrando no rol de “mais uma música do Arch Enemy”.

“Through The Eyes Of A Raven” traz um Arch Enemy um pouco mais agressivo e com licks de guitarra um pouco mais criativos e uma letra até interessante, enquanto “Cruelty Without Beauty” flerta com um lado mais mórbido, com um teclado até bem encaixado, mas não chega a convencer totalmente. Depois de “We Are A Godless Entity”, uma instrumental que aparentemente não ser para nada além de ocupar 1 minuto e meio do cd, vem “Cult Of Chaos”, mais um destaque no disco por causa do seu andamento mais Thrash/Death, que faltou no restante do disco. “Thorns In My Flesh” tem mais ou menos o mesmo punch, que apesar da letra de adolescente revolucionário, tem ótimos momentos propensos a fists in the air, incluindo o ótimo solo final. “Turn To Dust” é mais uma instrumental curta que se tivesse sido mais bem desenvolvida poderia ter um resultado bem legal, e serve de introdução para a pesadíssima “Vengeance Is Mine” (considerando o padrão do disco) e “Secrets”, mais uma pedrada digna, que fecham o álbum de uma forma completamente diferente de como começou.

O grande “problema” desse disco, podemos concluir, é o modo como as músicas foram colocadas na ordem: a primeira metade do disco é muito mais leve, cadenciada e melódica, enquanto a segunda parte é mais direta, crua e rápida. O disco aparentemente tem um conceito que conecta as músicas, mas essa disposição do tracklist não ajudou muito. Em uma época onde as pessoas dificilmente param para ouvir um disco inteiro, não se empolgar nos primeiros 20 minutos é desculpa mais do que normal para desistir. Porém, mesmo se fosse rearranjado, “Khaos Legions” não conseguiria figurar como um grande trabalho de Amott e Cia: raros são os riffs memoráveis, os licks e dobradinhas de guitarras estão presentes, mas com pouca inspiração considerável. Mesmo “Rise Of the Tyrant”, que foi severamente criticado no seu lançamento, soa muito superior a este disco.

01. Khaos Overture
02. Yesterday Is Dead And Gone
03. Bloodstained Cross
04. Under Black Flags We march
05. No Gods, No Masters
06. City Of the Dead
07. Through The Eyes Of A Raven
08. Cruelty Without Beauty
09. We Are A Godless Entity
10. Cult Of Chaos
11. Thorns In My Flesh
12. Turn To Dust
13. Vengeance Is Mine
14. Secrets

Nota 6


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Arch Enemy – “Khaos Legions”

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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