Progcast - Sua Dose Semanal de Rock Progressivo

Ape Machine – “War To Head”


Os americanos do Ape Machine são mais uma das bandas resgatando toda a psicodelia do Hard Rock / Heavy Metal dos anos 70, e apesar de não ter um reconhecimento mundial de um Ghost ou The Devil’s Blood, não fica nada atrás das mais famosas.

 

Lançando agora o segundo álbum da sua carreira, o quarteto não faz nenhuma questão de esconder as suas influências, ainda mais porque são exatamente esses elementos embriagados que tornam a audição de “War To Head” tão agradável.

“Hold Your Tongue” já abre o disco com aquela atmosfera completamente “Sabbath Bloody Sabbath” (a própria voz do vocalista Caleb Heinze lembra em muito a embriaguez psicodélica de Ozzy nos anos 70), timbres bem escolhidos, produção acertadíssima e mudanças melódicas que engrandecem ainda mais a música. “The Sun” segue o álbum com um Hard Rock cadenciado e letárgico, tendência que se mantém em “Can’t Cure Deceit”, que lembra muito alguma pérola perdida do “Master Of Reality” ou do “Vol. 4”, com riffs no mínimo hipnóticos. “Death Of The Captain” segue praticamente a mesma tendência, com uma dose extra de psicodelia e até, porque não, Rock Progressivo em alguns momentos, enquanto a fiel versão para o clássico “Black Night” se encaixa perfeitamente tanto na proposta da banda quanto no tracklist do álbum.

O bonito interlúdio “No Sugar In My Coffee” remete novamente ao Prog setentista (ainda que com um minuto de duração), daqueles para se ouvir de olhos fechados e viajando, subindo para níveis ainda mais profundos quando “Downtrodden” solta suas primeiras notas. E como é gratificante ouvir uma banda que praticamente pega todas as influências setentistas e consegue colocar em ordem dessa forma, e criar essa atmosfera apenas com a escolha dos timbres (sem apelar pra porcarias na hora da produção). E dá-lhe mais uma tonelada de riffs com “Please Do Not Use Red Ink And Do Not Erase” (que título!), com suas mudanças inesperadas, e “What’s Up Stanley?”, que fecha o álbum com aquele clima bluesy perfeito.

No meio dessa onda de bandas novas resgatando o que foi feito 40 anos atrás, o Ape Machine é a que mais remete e resgata ao clima denso, mas ainda muito Hard Rock que o Black Sabbath fez nos seus tempos áureos. Aliás, quando dizemos “remete”, estamos sendo políticos. Podemos dizer que eles bebem nessa fonte como se não houvesse amanhã (mesmo notando algumas influências de outras bandas) e isso de forma alguma é ruim ou prejudicial. Afinal de contas, quem não gosta de ouvir um Stoner bem feito desses?

 

01. Hold Your Tongue
02. The Sun
03. Can’t Cure Deceit
04. Death Of The Captain
05. Black Night
06. No Sugar In My Coffee
07. Downtrodden
08. Please Do Not Use Red Ink And Do Not Erase
09. What’s Up Stanley?

Lineup:

Caleb Heinze – Vocal
Ian Watts – Guitarra
Brian True – Baixo
Monte Fuller – Bateria

Nota 9

War To Head Ape Machine

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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