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Anubis Gate – “Anubis Gate”


O Anubis Gate é um dos mais fortes (se não o mais) nomes do Metal dinamarquês. Apesar de o país não ter um “movimento” do estilo tão relevante como os seus países vizinhos, o Prog Metal deles se tornou altamente reconhecido no mundo inteiro graças à sucessão de grandes álbuns que culminou no quase perfeito “The Detached”, de 2009.

Porém, o destino da banda tornou se incerto quando subitamente em 2010, o vocalista e produtor Jacob Hansen decide abandonar o seu posto, deixando os fãs preocupados sobre o que ocorreria a seguir, afinal de contas, Hansen era um dos pontos chave do Anubis Gate. Porém, como eles mesmo alegam, por sorte, o baixista Henrik Frave tinha todas as capacidades para assumir o posto deixado, fazendo com que o line-up da banda não se alterasse e eles voltassem ao estúdio renovados para o próximo disco.

Mas apesar das mudanças tanto no background quando no trabalho artístico, o lado musical aparece sem muitas inovações. “Hold Back Tomorrow” pode ser considerada uma típica música para abrir um álbum de Prog/Power Metal, com seus riffs quebrados e cadenciados, vocais bem melódicos e refrão longo. Pouco muda, ao mesmo tempo que é uma música agradável é algo que acrescenta em muito pouco ou nada ao álbum. O mesmo ocorre com a bonita “The Re-Formation Show”, que apesar das ótimas melodias, fica presa a idéias e estruturas já exploradas a exaustão tanto pelo próprio Anubis Gate quanto por dezenas de outras bandas de Prog. As coisas começam a ficar interessantes apenas com “Facing Dawn”, onde tenta-se criar uma atmosfera um pouco diferente, e mesmo quando as idéias se repetem o resulta fica muito bom, principalmente pela voz sempre eficiente de Henrik Fevre. O álbum prossegue com a longa “World In A Dome”, cujo começo remete um pouco ao lado mais Hard Rock da banda (lembra bastante Axel Rudi Pell), mas no seu desenrolar, passando pelos ótimos solos, torna-se uma belíssima peça progressiva, com fortes influências dos anos 70, enquanto “Desiderio Omnibus” aposta em riffs mais diretos e completamente Power Metal, sendo uma das de mais fácil digestão no álbum.

“Oh My Precious Life”, em seguida, consegue trazer novos elementos, apostando em efeitos mais espaciais e viajados, criando uma atmosfera muito interessante, mesmo sem muita relação com a letra. Falando em climas interessantes, “Golden Days” é a mezzo-balada do disco, com um leve pé no Pop misturado as nuances Progressivas, novamente nada muito inovador, mas com um resultado bem legal. Mais ou menos no mesmo ritmo, “Telltale Eyes” traz efeitos eletrônicos bem encaixados em meio a riffs pesadíssimos de guitarra, sendo fácil mais um destaque do álbum. Fechando, a semi-instrumental “River”, com suas nuances atmosféricas abre passagem para a épica “Circumstanced”, mostrando de uma vez por todas como a segunda parte do disco consegue trazer novos elementos e músicas muito mais bem estruturadas do que o seu começo, buscando diferentes sonoridades e explorando os vocais de Fevre, encerrando o trabalho de forma belíssima e impecável, diga-se de passagem, daquele tipo que você simplesmente para e fica hipnotizado pelo que está sendo tocado.

Apesar de nada significativo de novo, o Anubis Gate parece estar tentando se recompor após a saída de Jacob Hansen. Evidentemente eles não iriam arriscar muito no novo trabalho, mas cumprem facilmente o seu papel ao lançar um disco que facilmente agradará aos fãs, com apenas algumas pitadas do que pode ser explorado nos trabalhos futuros. O problema mesmo é que em meio a tantos lançamentos do estilo atualmente, ele pode passar facilmente despercebido àqueles que não conhecem o trabalho da banda.

Anubis Gate Anubis Gate

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Tracklist

01. Hold Back Tomorrow
02. The Re-Formation Show
03. Facing Dawn
04. World In A Dome
05. Desiderio Omnibus
06. Oh My Precious Life
07. Golden Days
08. Telltale Eyes
09. River
10. Circumstanced

Lineup

Henrik Favre – Vocal / Baixo
Jesper M Jensen – Guitarra / Teclado
Kim Olesen – Guitarra / Teclado
Norten Sorensen – Bateria
Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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