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Amplifier – “Echo Street”


Um dos mais notáveis nomes do rock progressivo britânico dos últimos anos, o Amplifier surgiu como um trio de space rock e foi inicialmente categorizado como a banda que levaria o rock inglês para o futuro, por diversas publicações especializadas. Muitos exageros à parte, a banda vem seguindo uma sucessão de bons álbuns, alternando entre o rock progressivo, neo prog, pop e space, culminando na sua obra prima até então, The Octopus, de 2011.

Amplifier

Agora em 2013, eles retornam com o aguardado quarto disco de estúdio, intitulado Echo Street, que lançado pela grande Kscope, parece ter mais limites do que o álbum anterior e suas mais de duas horas de duração.

Com uma composição puramente inglesa, Matmos é a responsável por iniciar o álbum, remetendo diretamente aos nomes mais recentes do rock progressivo britânico e a sua preocupação em trazer o estilo setentista para uma atmosfera contemporânea (e sim, invariavelmente lembra um Porcupine Tree, porém menos melancólico). Essa característica também se mostra presente na faixa seguinte, The Wheel, mostrando que o Amplifier definitivamente está voltando a sua inspiração para as suas próprias raízes e os seus primeiros trabalhos, porém, de forma um tanto quanto descontrolada: apesar de funcionarem relativamente bem, a impressão é que eles acabaram exagerando na dose em alguns momentos, o que acabou tornando duas boas faixas um tanto quanto cansativas, principalmente no início do trabalho.

Por outro lado, Extra Vehicular, a música mais longa em Echo Street, com mais de doze minutos, é de longe um dos destaques imediatos do álbum, graças às arrastadas e melódicas passagens em crescendo que a faixa lentamente constrói de forma extremamente contemplativa. Em seguida, a balada semi acústica Where The River Goes poderia facilmente ter saído de algum dos álbuns recentes do The Flower Kings, até se transformar em um pesadíssimo space rock carregado de sintetizadores, enquanto Paris in the Spring chama a atenção pelas mudanças de andamento e pelos aspectos técnicos, porém uma ligeira falta de sentimento atrapalha, e muito, a sua audição.

Uma belíssima balada com sutis toques do folk britânico clássico, Between Today And Yesterday conserva um quê de crueza e simplicidade não ouvida nas faixas anteriores, e ironicamente é aonde eles acertam totalmente, enquanto a atmosférica e lotada de texturas e ruídos faixa título acaba servindo mais como uma transposição até o fechamento do álbum com Mary Rose, uma bonita e simples composição, que mais parece tirada de álbum registro lançado entre as décadas de setenta e oitenta.

Analisado sob um panorama geral, Echo Street é um trabalho excessivamente comportado e sem extrapolações no musicais no que diz respeito aos experimentos, invariavelmente se mostrando uma audição sem grandes surpresas e, em alguns momentos, um pouco repetitivo e sem uma distinção totalmente definida entre as faixas. Um fator interessante é como eles soam inacreditavelmente ingleses (e essa definição se torna clara quando você ouve qualquer uma das faixas do álbum): extremamente clássico, flertando ligeiramente com o pop, folk e neo prog, mas com uma linha guia comum ao longo do disco, que mais acaba limitando do que ajudando. Em resumo, uma obra diferente do elogiado trabalho anterior, com resultados um pouco menos positivos, mas ainda o suficiente para manter o Amplifier como um dos bons novos nomes da cena britânica de rock progressivo.

Echo Street Amplifier

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Tracklist

01. Matmos
02. The Wheel
03. Extra Vehicular
04. Where The River Goes
05. Paris in The Spring
06. Between Today and Yesterday
07. Echo Street
08. Mary Rose

Lineup

Sel Balamir – guitarra / vocal
Matt Brobin – bateria
Steve Durose – guitarra / vocal
Alexander "Magnum" Redhead – baixo
Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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