Progcast - Sua Dose Semanal de Rock Progressivo

The Devil Meets The Prog


Dentre as características do Rock Progressivo, com certeza peso e brutalidade não figuravam entre as principais. Muito pelo contrário, aliás, as músicas, focadas nas melodias, harmonias e passagens instrumentais, ainda que podendo chegar a ser impactantes e cacofonias a sua época, não tinha m a pretensão de ser rápidas ou pesadas (ao contrário do que se vê hoje em dia). Sendo assim, chega a ser difícil imaginarmos uma banda hoje em dia, de algum estilo mais “macabro” (HÁ-HÁ-HÁ) que arrisque inserir a pomposidade do Prog Rock no seu som, certo? Bom, absolutamente errado.

Fatores como a complexidade instrumental, estrutural e lírica talvez sejam a herança mais utilizada pelas bandas de hoje. Outras se arriscam a colocar passagens suaves em meio ao caos sonoro, gerando um ótimo contraste. Podem ser encontradas também, bandas inteiramente de Rock Progressivo, mas com uma sonoridade atual, sem soar datadas ou antiquadas. Essas influências acabaram por gerar novos ramos dentro do Heavy Metal.

Esse post é apenas prá apresentar alguns dos estilos que abordarei nos  reviews dessa coluna. Logo, peço que façam sugestões atrás de sugestões, prá eu fazer os textos, certo?

– Death Metal

Talvez o ápice do peso e brutalidade, o próprio Death Metal já se divide em inúmeras subvertentes (Brutal, Blackened, Melodic, Gothic), característico muitas vezes pela podridão das guitarras (no bom sentido), vocais urrados, afinação lá embaixo e muita, mas muita porradaria. Parece ser uma tarefa complicada introduzir algum fator progressivo nesse meio, porém, várias bandas o fazem com maestria. Podemos incluir nesse estilo o grandioso Opeth, misturando Death e Doom Metal com passagens acústicas/melódicas, dando origem a músicas longas e tecnicamente bem complexas; o Dark Tranquillity, alicerce do MeloDeath sueco, uma das bandas mais técnicas hoje, faz bastante uso de influências eletrônicas e Gothic; e, obviamente, o saudoso Death, de Chuck Schuldiner, o pai do Metal extremo, que sempre misturou riffs intrincados, influencias do próprio Jazz.

– Thrash/Speed Metal

Originado principalmente do Punk com Heavy Metal (Crossover), essas vertentes tinham como principal foco a velocidade, as bandas que soavam um pouco mais progressivas baseavam-se em estilos complexos como Jazz e Fusion. Exemplos disso são as bandas Cynic e Atheist, dois medalhões cult do estilo, famosos pela complexidade melódica e técnica que chegavam a impressionar mesmo. Mais recentemente, podemos incluir, ainda que exagerando um pouco, os queridinhos da América: Mastodon, que além de Thrash e Prog, injetou um pouco de Stoner no seu som.

– Black Metal

A exemplo do próprio Progressivo dos anos 70, o principal objetivo do Black Metal é sair das convenções musicais e, de alguma forma, chocar a crítica ou o ouvinte (evidentemente, isso funcionava muito melhor na década de 90, hoje em dia é meio fail), seja através dos vocais ríspidos, cantando letras sobre fim do mundo ou o capeta, tendo como base os blastbeats e guitarras que mais parecem uma colméia enfurecida. Algumas bandas, contudo, puxam para o seu lado novas variações musicais, que, de alguma forma, geraram outras subdivisões dentro da raiz. Borknagar e Vintersorg, por exemplo, misturam Black Metal com Folk e muitas passagens Prog; as próprias bandas sinfônicas, resgataram influencias da música clássica, fazendo um background soturno, como Dimmu Borgir e Naglfar. Outras, um pouco mais experimentais, acabam não fazendo nenhum sentido, a exemplo do Arcturus, talvez uma das mais interessantes bandas da Noruega.

– Metalcore

Vou agregar aqui todos os “Core” que eu me lembre, até mesmo porque a diferença entre eles não é tão significativa assim (para o tema deste post). A chamada New Wave Of American Heavy Metal tem como principais nomes bandas deste estilo e, por mais inacreditável que possa soar, aqueles adolescentes de franja semi-emos fazem uma música de alta complexidade, demonstrando influencias as vezes que vão do Jazz ao Blues, infelizmente meio indecifrável em meio a cacofonia e gritaria que permeia no estilo. Alguns destaques aqui, Enter Shikari, ingleses, usam muito de efeitos eletrônicos, enquanto o Textures, uma banda holandesa (citados no Progcast #001) que misturam com maestria Prog com Metalcore e Mathcore e, mais um queridinho, o Protest The Hero, que é uma das mais caóticas e sem-sentido bandas americanas surgidas no meio da década de 2000, e a apresentação musical deles é no mínimo impressionante.

– Prog Metal

O mais clássico dos sub-gêneros atuais e o mais “básico”, por assim dizer é uma reformulação do Prog Rock, porém tocada de forma mais pesada. Nem tem o que falar muito deles, certo?

– Prog Power

Nome da vertente que várias bandas praticam (européias, principalmente), misturando elementos do Power Metal, umas pitadas de Hard Rock e Neoclássico, com as passagens intrincadas, conceitos e técnicas do Progressivo, não geralmente ligadas ao Jazz ou Blues, mas sim à música clássica. Dentre essas bandas podemos citar o At Vance e até mesmo o Rhapsody ou o nosso tupiniquim Angra.

– Math Metal

Um estilo relativamente recente, até uns anos atrás nem se ouvia falar nisso. O Math Metal é a mistura entre o Jazz com Heavy Metal, sendo que as bandas desse estilo são oriundas de várias outras vertentes, que podem ser Thrash, Death, Heavy ou Metalcore (que acabam gerando outras vertentes ainda). Como alguns exemplos, podemos citar o Meshuggah, Coroner e Textures (apesar de serem classificações meio enfadonhas).

– Post-Rock

Não sou um grande especialista nesse estilo, nem conheço NADA. Logo, vou precisar de uma certa ajuda da mãe de todos:  O Post-Rock incorpora características de uma imensa variedade musical, incluindo electro,  jazz, ambient, rock progressivo, experimental tradicional de cordas do poder passa com timbre e textura para tocar guitarra enquanto a música ea voz é abandonado pelo seu ambiente. Três das mais bem sucedidas bandas desse expoente são God is an Astronaut (Irlanda), Tortoise (EUA) e Mogwai (Escócia). Por favor, que puder, me indique bandas interessantes desse sub-gênero em especial.

Essas relações acima talvez sejam um pouco subjetivas, afinal, eu posso estar enxergando Prog onde nem sequer existe (exato, não tenho muita certeza se Shagrath ouvia Pink Floyd, por exemplo), mas há de se concordar que os elementos estão ali, e isso é fato.

Quem lembrar de mais bandas e/ou estilos que apresentam as influências progressivas, coloquem nos comentários , que eu vou pesquisando.

Bons sonhos, crianças

(Ah sim, enquanto não começam os posts aqui, quem curtir as outras vertentes de Metal, podem acessar o meu outro blog, que é basicamente de reviews de lançamentos, certo? Manifesto Morpheus)


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The Devil Meets The Prog

Tracklist

Lineup

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

Uma resposta para “The Devil Meets The Prog”

  1. Andrew disse:

    Excelente matéria, deu pra conhecer melhor uns estilos aí que eu nem fazia ideia do que se tratava.
    Bom, eu gosto muito de post-rock e recomendo algumas bandas que aliás, tem muito de prog nelas:

    – Sigur Rós: Citaram no 1º Podcast, simplesmente a mais famosa.

    – Godspeed You! Black Emperor: Essa banda é muito citada pela sua genialidade, têm 3 albuns impecáveis, pode-se dizer que são o King Crimson do post-rock.

    – Explosions In the Sky: Outra bem famosa, parecida com God is an Astronaut, só que com composições mais longas.

    – Mono: Banda Japonesa, é a que mais estou curtindo, pode-se dizer que o som dela é um apanhado de tudo que citei aqui. Totalmente épico.

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