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27/01/12 – Pink Floyd Cover – Banda Echoes at Pirilampus Bar


Se você escuta o Progcast sabe que sou muito fã de Pink Floyd e por isso sou mega crítico com a qualidade dos shows covers que assisto por aí. Já vi muitas bandas que sempre deixaram um pouco a desejar, às vezes pecando na equalização exata do som ou então errando algum timbre da guitarra ou  tentando inventar em algum solo de Comfortably Numb, por exemplo. Já vi uma banda certa vez que até tinha alguns efeitos de luzes muito parecidos, mas a sincronia falhava em momentos cruciais, o que fazia com que você saísse daquele mundo que estava sendo levado e fosse puxado de volta com força para o palco de um bar qualquer. O importante para mim, não é tocar igual ao disco ou cantar igual ao Gilmour ou Waters e sim não “quebrar a magia” da música, aquele ambiente todo que se cria no momento em que as primeiras notas saem da guitarra e começam a ecoar bem lá no fundo da cabeça, que te levam para as mais variadas dimensões e viajens lisérgicas, mas sem drogas.

Foi exatamente isso o que aconteceu na última sexta feira, quando fui assistir no Pirilampus Bar, em Sorocaba, a apresentação da Banda Echoes de São Paulo. Pela internet afora vi muita gente falando bem, e os vídeos do canal de vídeos da banda me deixaram curioso para ver a apresentação ao vivo desse pessoal. Fiquei entusiasmado porque apostei que veria um set list composto totalmente pelo The Wall, já que estamos chegando cada vez mais perto do show do Roger Waters em nossa terra, mas para a minha surpresa o que ouvi foi um set list equilibrado com o que tem de melhor da banda em todas as suas fases.

A noite começou com uma cena um tanto improvável, com uma apresentação feroz da banda Rock A Piri, formada exclusivamente para tocar no bar, algo que eu nunca tinha visto em outro lugar antes. Tocando um set list muito rápido mas de altíssima qualidade, formado basicamente pelo hard rock dos anos setenta, eles agitaram o público presente mostrando toda a energia dos músicos com os solos perfeitos da guitarra e a voz vibrante do vocalista que transmitia toda a energia que um bom show de hard rock tem que ter. De Deep Purple até Whitesnake não faltou empolgação e fôlego para cantar junto com eles. Vale a pena conferir as fotos da apresentação.

Quando chegou a vez da Banda Echoes subir ao palco as pessoas começaram a levantar das mesas para poder curtir o que estaria por vir. Todos ali no palco, um grupo grande para o pequeno espaço, mas que se acomdou enquanto a luz foi diminuindo até que….In The Flesh começou a ser tocada, dando início a apresentação do melhor cover de Pink Floyd que já vi. Ao fim estrondoso de bateria e efeitos do avião um pequeno choro começa e então The Thin Ice começa a ser entoada pela vocalista. Another Brick The Wall part II  eleva o coro do público como é costume, com todos cantando e levantando as mãos enquanto a banda envolta por luzes roxas e fumaça executam com perfeição a magia da música. Mother então é tocada, seguida por What Shall We Do Now? e Young Lust.

Quando se esperava ainda mais The Wall, o front men da banda vai ao microfone e pergunta “Quem aqui gosta de Syd Barret?” para começar em seguida  Astronomy Domine e levar aqueles fãs mais puristas a um completo estado de euforia com as luzes e o som bem próximo da versão mono do Piper At The Gates Of A Dawn. E ainda não estava nem na metade do show quando o teclado começou com o aquele acorde interminável que é base para a maravilhosa Shine On You Crazy Diamond, que foi tocada na íntegra com direito a uma performance invejável de saxofone.

Mesmo com o público aplaudindo e gritando, a Echoes puxou em seguida Welcome To The Machine, uma atitude muito legal já que essa é uma música que com certeza ninguém mais vai ver sendo executada ao vivo pelos integrantes remanescentes da banda. Logo depois, visitamos o Division Bell para cantar junto e apreciar novamente os riffs de guitarra muito bem executados de Coming Back To Life. Arnold Layne veio em seguida trazendo mais um pouco do Pink Floyd mais puro, com muita fumaça e luz para amarrar todos ali a grande magia da composição de Syd Barret. Hey You veio para ser cantada a plenos pulmões, para que então a banda pudesse perder uns minutos para se reorganizar e começar a tocar a primeira parte de ECHOES! para que então pudessem finalizar a primeira parte do show (sim, tinha mais por vir) com a excelente Goodbye Cruel World que mesmo sendo apenas um apêndice faz toda a diferença no The Wall depois que você começa a gostar dela.

(pausa para uma água)

E a Banda Echoes voltou pouco tempo depois para executar, inteiro, The Dark Side Of The Moon. Não tem muito o que dizer disso, afinal nesse momento eu já estava completamente fascinado pela banda, a não ser que, pela primeira vez eu vi The Great Gig In The Sky sendo executada de uma forma tão brilhante quanto a versão gravada no disco. Nunca, nem mesmo nos shows solos do Gilmour ou do Waters, conseguiram alguém que transmitisse a mesma sensação da versão original do disco, a música é puro feeling e até que enfim ví alguém tão talentosa como Clare Torry logo ali na minha frente, realmente incrível.

O show continuou com as suites Pigs e Dogs para representar a fase Animals para depois começar Wish You Were Here cantada em coro por todos presentes, em especial os casais que permaneceram por lá. High Hopes veio para consagrar a Lap Steel do guitarrista em um dos solos mais geniais que o Gilmour fez em toda a carreira na minha opinião.  A Saucerful Of Secrets então começou a ser tocada para que então o The Wall pudesse voltar e a banda pudesse terminar o show tocando Vera, Bring The Boys Back Home e claro Comfortably Numb executada de forma perfeita.

Ao fim do show, uma salva de palmas dos publico presente, uma saudação pela execução nota dez de todas as músicas, pelo transporte para aquele mundo mágico onde só os discos antes eram capazes de me levar e claro o set list do show que ficará emoldurado aqui nos estúdios do site :). De longe, o melhor cover que já assisti, vale a pena ver as fotos e procurar pelos vídeos da banda.

Banda Echoes

  • Brunão Golveia (teclados, hammond, piano)
  • Mikka Almeida e Camila Zambianchi (Backing Vocals)
  • Kali Nardino (Sax, Voz)
  • Marcelo “Bico” (Guitarra)
  • Wagner Ratão (Lap Steel)
  • Nei Xavier (bateria)
  • “Rics” Carvalho (Vocal, guitarra)
Rhamses

Palpiteiro de mídias sociais, Designer de interfaces, Podcaster e Microblogger. Apreciador de boa música, mas roqueiro acima de tudo.

4 respostas para “27/01/12 – Pink Floyd Cover – Banda Echoes at Pirilampus Bar”

  1. Fala Galera do Progcast,

    A Banda Echoes agradece demais esse artigo que ficou ANIMALS!

    Muito obrigado pela presença de todos no Pirilampus no dia 27/01.

    Com certeza foi um show muito especial e esperamos voltar em breve.

    Grande abraço,

    Banda Echoes

    • Rhamses disse:

      Que isso gente, esse artigo foi a pura impressão de um grande fã da banda e fã de músicos talentosos como vocês! 🙂

      Espero que possa ver o show de vocês mais vezes.

      Tudo de bom e muito sucesso, vocês merecem!!

  2. Alex disse:

    Vi a banda ao vivo em São Paulo, realmente a banda é DEMAIS! impecavel! e tive a oportunidade de ver amigos da banda que foram convidados prestar seu tributo a Pink Floyd, realmente melhor que eles, somente o original! Parabens Banda Echoes!

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