Progcast - Sua Dose Semanal de Rock Progressivo

13 meteoritos para atravessar a atmosfera do space rock


No embalo do meteorito que caiu em um lago na Rússia na última semana, além de despertar uma série de novas profecias de Nostradamus, teorias da conspiração envolvendo testes bélicos norte americanos, invasões alienígenas, fim do mundo e toda essa pataquada inútil, serve de tema para a lista da semana: gemas clássicas e/ou perdidas do space rock, uma das vertentes paralelas mais viajantes do rock progressivo, que esbarra constantemente em estilos como o psychedelic, stoner e symphonic.

postspacerock

Aquelarre – Brumas

Bandas argentina formada das cinzas do Almendra em 1971 e ativa por um curtíssimo período de tempo, lançou quatro álbuns calcados em exagerados toques psicodélicos com toques de jazz aqui e ali. Brumas é o terceiro, de 1974, e relativamente mais popular trabalho do quarteto, que se desmanchou logo após uma não tão bem sucedida tentativa de se estabelecer na Espanha, um ano depois.

Arcadium – Breathe Awhile

Liderado pelo vocalista e guitarrista (que só usava instrumentos de 12 cordas) Miguel Sergides, o Arcadium lançou apenas esse álbum, Breathe Awhile, em 1969, pela obscura gravadora Middle Earth (que lançou apenas outros quatro discos além desse. Na linha de bandas como Iron Butterfly e Vanilla Fudge, a sonoridade em Breathe Awhile é estranhamente atmosférica, eventualmente perturbadora, graças aos ritmos bizarros e às interpretações vocais.

Axe – Music

Uma banda estranhamente obscura da cena britânica da psicodelia e space rock setentista, não existem muitas informações concretas sobre de onde são, nem a formação, e tampouco qual o nome verdadeiro da banda. Em todo caso, mais um interessante registro quase perdido.

Eloy – Ocean

Um dos maiores clássicos não apenas do que diz respeito ao space / psychedelic / krautrock, mas ao rock progressivo em si, Ocean é o sexto disco dos alemães do Eloy, lançado em 1977. Se o mesmo não tem a veia viajante tão acentuada como anteriormente em Inside e Floating, pode ser considerado o ápice criativo da banda, que lentamente começou a cair no ostracismo nos anos seguintes.

Far East Family Band – The Cave Down To the Earth

Outra pérola nipônica muitas vezes deixada de lado quando o assunto é o progressivo experimental setentista, o Far East Family Band unia com maestria o som tipicamente influenciado pelos primeiros anos do Pink Floyd com elementos musicas étnicos orientais, resultando em obras únicas. The Cave Down To The Earth é o primeiro álbum, de 1975, e conta com o renomado tecladista Kitaro.

First Band From Outer Space – The Guitar Is Mightier Than The Gun

Apesar de o nome já ser completamente auto explicativo, essa banda sueca está na ativa desde 2002 e já lançou três álbuns dos mais viajantes e com muito bom humor (muitas vezes escrachado), sendo The Guitar Is Mightier Than The Gun o mais recente, de 2009.

Hawkwind

Não seria uma lista completa se não houvesse a presença do Hawkwind. E é impossível indicar qualquer álbum deles, principalmente pelas incontáveis mudanças de formação (foram mais de 40 ao longo de quatro décadas) e pelas inúmeras mudanças de estilo pela qual a trupe liderada por Dave Brock passou. A sugestão? Ouvir todos, na sequência.

Kalutaliksuak – Last Day Of Sun

Possivelmente o nome mais experimental aqui, essa banda russa é formada por grandes músicos profissionais que basicamente se juntam para compor de forma completamente livre, de forma que excelentes passagens lançadas nos álbuns mais parecem bem sucedidas jam sessions do que uma música propriamente dita. E muito disso pode ser visto em Last Day Of Sun, segundo álbum dos caras, que contém uma viagem interplanetária de mais de 50 minutos.

Mastodon – Crack The Skye

Desnecessário fazer muitas delongas em relação a essa que é uma das maiores bandas do heavy metal atual. Crack the Skye, o quarto disco de estúdio do quarteto, lida com planos etéreos, viagens interdimensionais, tudo isso acompanhado do sludge/heavy com excelentes toques psicodélicos.

Omega – Éjszakai Országút (Ω III)

Considerada a mais sucedida banda húngara de rock, o Omega está na ativa desde 1968, e apesar de soar liricamente incompreensível para a maioria dos fãs de rock progressivo, e ter lançado alguns discos abomináveis na carreira, os primórdios apresentam excelentes e interessantes álbuns. Éjszakai Országút (Ω III) é o terceiro deles e traz um peso que ao mesmo tempo remete a coisas como Black Sabbath e Deep Purple (consideradas as ressalvas), com boas doses de sinfônico e um órgão Hammond frenético.

Polyphony – Without Introduction

Interessante banda americana que misturava rock sinfônico com elementos psicodélicos em pleno 1971, lançaram apenas um disco, Without Introduction, e fizeram raros shows. Algo entre Jimi Hendrix e Emerson, Lake & Palmer, com sutis toques jazz aqui e ali.

Samsara Blues Experiment – Long Distance Trip

Banda alemã que ganhou certo destaque em meio à onda de stoner e psicodélico que reviveu com força inacreditável nos últimos anos, o Samsara Blues Experiment é baseado em três pilares: o blues, o raga rock (elementos indianos/midterrâneos) e a experimentação instrumental desenfreado. Long Distance Trip é o viajante e relaxante debut, de 2010.

Vespero – Subkraut: U-BoatsWillkommen Hier

Para encerrar, outra banda oriunda do país aonde o meteorito caiu: o Vespero vem adquirindo excelente reconhecimento no cenário progressivo atual graças a sua sonoridade interessantíssima, mesclando o rock progressivo prioritariamente instrumental clássico com elementos espaciais, flautas, efeitos eletrônicos e violoncelo. Subkraut, o mais recente do quinteto russo figurou em diversas listas de melhores discos de 2012.

Mais nomes, bandas, discos que mereciam entrar nessa lista? Deixem as sugestões nos comentários e discutamos sobre!

[Nota: os vídeos relacionados no Youtube, principalmente do Samsara Blues Experiment e Vespero, trazem uma gama inacreditavelmente interessante de bandas na mesma linha. Em breve teremos algo sobre eles por aqui, mas é uma boa sugestão para quem quiser se adiantar]

Rroio

Viking oriental colecionador de discos, músico frustrado e um eterno incansável explorador dos mais obscuros confins do mundo da música.

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